segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ANCESTRALIDADE


Em muitas sociedades africanas o veneração ancestral é um dos princípios tradicionalmente central e básico mesmo nos cultos contemporâneos.

O culto ancestral africano é enraizado profundamente no mundo tradicional africano.

Dinamismo e vitalismo, compreendido de uma maneira existencial, concreta e afetiva e de aproximação. A realidade é vista e julgada especialmente em seus aspectos dinâmicos relacionados próximos à vida, o mais real e valioso concedido para cada ser. Dando a ênfase a fecundidade, a vida e a identificação entre o ser e o poder ou força vital.

Certamente, o ideal africano dessa cultura é a coexistência de uma existência de uma força vital relacionada com o mundo e o universo. Sobretudo as forças do Deus, que dá a existência e o aumento do poder a todos. Vêm em seguida os mortos, que são dotados com poderes especiais, que vivem uma hierarquia de acordo com seu poder. As maneiras diferentes de ser são distinguidas por suas modalidades e grau de participação de força suprema (deus) e em forças superiores de outros seres “espirituais”

A força, a alma, a vida e a palavra são conectadas próximas um com o outro. A palavra é o princípio da vida, excelência vital do par da força (da força do nome, do ritual, da palavra e do mito). Em algum sentido tudo é participação, porque é a mesma força que anima o universo inteiro; e é normal que essa força age em tudo.O africano representa não somente em sua mente o objeto de seu conhecimento, mas participa nele em uma forma representativa, mas simultaneamente no sentido físico e místico do mundo, como pode ser observado especialmente nos rituais.

A conexão entre a causa (super natural) e o efeito é imediato; as causas secundárias não são admitidas nem não são consideradas insignificantes. O Deus está, na análise final, atrás de todos os respiradouros no mundo. É a fonte da vida e o poder em que todos participam e, é a fundação do solidário, totalitário, e da participação dos seres humanos e cósmica. Esta visão totalizando, se manifesta pela assimilação do indivíduo no grupo, e pela ausência da diferenciação bem definida entre as várias funções sociais (econômico, jurídica, política, religiosa).

O poder da tradição é conectado com a duração cíclica, repetição ritual, gerontocracia (governo por homens velhos), nos culto dos antepassados, nos ritos de iniciação

O africano não fica satisfeito meramente só por viver no mundo e só experimentar seu ritmo cotidiano de vida, mas deseja sempre também interpretar o simbolismo de todas as coisas criadas, e participar ativamente em plena comunhão com todas elas. O mundo é e existe para o ser humano, se ele tiver o contato diário com ele, dos mistério, dos sinais e mensagens: tudo tem que ser interpretado.O que é também proeminente nesta “maneira incorporada de pensar” é uma forte vivência de vida na comunidade, expressado pela participação na vida em comum, em que o indivíduo é introduzido por vários ritos de iniciação. Isto esclarece o sentido profundo de família mostrada pela ligação com os antepassados.

Está sempre conectado muito próximo com a família e a comunidade e com um grande respeito mostrado ao chefe da família e de outros membros de autoridades em comum. Em muitos casos todos os membros de um clã têm relacionamento místico em especial a um totem (divinizado, orisa) em comum, com que o nome do clã está associado.Há um sentimento marcado pelo sagrado, compreendido como o “tremendum”(tremendo e fascinação), e é manifestada essa característica, nos ritos da iniciação que compreendem, entre outras coisas, como um retorno à época sagrada dos antepassados, nos heróis da cultura, nos fundadores e nos arquétipos.

O mundo é conectado com o mundo pós morte, e vive sempre em contato próximo com seu antepassados e outros espíritos. Em conseqüência, isso mostra que a tradição africana é caracterizada profundamente por um comportamento mágico-religioso.

A sociedade e a religião são centradas no homem e em seu bem-estar (bem estar, segurança, proteção.

A dignidade humana é respeitada altamente, e o homem tem um lugar privilegiado no universo; interpreta o cosmos nos termos da organização humana. O mundo, fonte eminente da vida, é dado ao homem o poder de reforçar para fazer-lhe mais vida.

O interesse do Deus parece ser baseado principalmente em suas prontidão e capacidade ajudar ao homem em seus interesses terrestres.Não há nenhum sistema uniforme da opinião e das práticas deste culto na África.Mas o fato, se encontra nas diferenças de detalhes mesmo no mesmo grupo étnico. Além disso, a veneração ancestral que será descrito aqui não é encontrado em cada comunidade tradicional africana. Não obstante o culto pertence à maioria dos povos. Adicionalmente, apesar das diferenças, há muitos elementos compartilhados em comum por muitas sociedades étnicas.
A veneração ancestral está ligada intimamente na maioria com a África tradicional. Compreendido como o poder sagrado (força vital), entendido com um elemento central. Este ideal é um das motivações básicas do culto ancestral. Isso porque em muitas sociedades africanas o status ancestral é ligado intimamente com a fecundidade e procriação. Em algumas (mas de nenhuma maneira todas as) comunidades, uma pessoa sem prole não pode transformar-se um antepassado.

Há mesmo os casos onde se acredita que nomear um descendente pelo nome de seu antepassado é possível que o antepassado continue a viver em seu descendente. A opinião é difundida, que o antepassado continuará a sobreviver e nessa circunstância que não será esquecido, isto é, seus descendentes se comunicarão regularmente com ele e oferecer rituais.Bem por isso, o africano costuma ter muitos filhos que o recordarão e se comunicarão ritualmente com ele.

Um antepassado, por sua parte dá grandes benefícios para seus parentes vivos tais como: a saúde, a vida longa, sorte, prosperidade e bons filhos.

Ninguém pode ser um antepassado de um indivíduo que não lhe seja relacionado ao familiar – sangüíneo. É por esta razão que os rituais para os mortos sem nenhuma referência particular sanguínea, são considerados geralmente como não pertencendo ao culto ancestral.

Embora haja casos onde o relacionamento ancestral não é fundado em laços da família (por exemplo: quando tal relacionamento de uma em sociedade comum - religiosa ou secreta), contudo tal relacionamento raramente - vai além dos limites tribais.

É óbvio que o africano manifesta uma forte da tendência dialética em sua atitude para seus antepassados, a saber: de medo, mas também com uma atração para com eles. Como pode ser visto na descrição acima há umas várias razões de tal atitude ambivalente. Entre tais razões, o sentido do sagrado dos antepassados deve também ser incluído.

Ninguém pode alcançar o status ancestral sem ter tido uma vida moral boa, de acordo com padrões morais africanos tradicionais. Para ser um antepassado é preciso ser considerado como um modelo ou um exemplar de conduta na comunidade, e como a fonte da tradição tribal e da sua estabilidade.




domingo, 21 de agosto de 2011

Sociedade feminina

Sociedade feminina

Sejam todos bem vindos ao nosso universo feminino,este espaço

é para trocarmos informações sobre a ancestralidade feminina,a cultura africana e falar da mulher como um todo!!!!!

Iyà Mi Osorongá é a grande representação do Poder Feminino no Culto Africano, e, por herança do Candomblé afro-brasileiro.


Encontra o seu maior fundamento na capacidade de gestação da Vida que toda a mulher possui.

Por isso, toda a mulher é uma Iya Mi latente, esperando apenas o momento certo para nascer.

Esta divindade na verdade representa a coletividade ancestral feminina, pois é a síntese da Alma de todas as mulheres juntas.

Iya mi Agba, outro nome pelas quais elas podem ser referenciadas, significa Minhas Mães Ancestrais.Mais uma vez ratificando que esta poderosa divindade são as nossas queridas mães, vivas pela eternidade.

Algumas vezes é comum ouvirmos se referir a elas como “Minhas Mães Queridas”, que é apenas um artifício para aplacar-lhes a ira, pois o Poder Feminino destas Guardiãs do Segredo da Vida é Terrível! Mas por quê?
Porque às mulheres cabe o poder de gerar, o poder que dá a Vida.

Portanto cabe às mulheres decidir se o rebento vai nascer ou não.

E mesmo quando nasce, cabe também, somente a elas, decidir se a criança vive ou não. Assim as Iya Mi (Minhas Mães) são as Senhoras da Vida, mas também, as Senhoras da Morte, que é o corolário da Vida. Todo o ser vivo deve sua Vida à Iyá Mi, pois deve sua Vida à sua Mãe.

O Poder pertence às mulheres, afinal: “A mão que balança o berço, é a mão que governa o Mundo”. Não é por acaso que as Iya Mi são tabu na Religião, assim como a Mulher é tabu em todas as sociedades.