quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ORÍ – CABEÇA
Há numerosas traduções para ORÍ, algumas são mais apropriadas que outras dependendo do contexto. No uso comum ORÍ significa cabeça. Entretanto a tradução literal é mais perto do significado espiritual da palavra. ORÍ é composto do prefixo "O", que é o pronome pessoal ele/ela, e do sufixo "RÍ" que significa perceber. Assim melhor que significar apenas cabeça física, seria mais exato compreender o significado da palavra como o assento da percepção. Na terminologia ocidental poderia também significar o assento da consciência. O conceito do assento da percepção é conhecido no Taoísmo como o "Eu desconhecido" que existe no ponto central da consciência. A disciplina espiritual de Ifá sugere que o "Eu desconhecido" descrito em Taoísmo possa ser aproximado com a possessão do transe. Em IFÁ, ORÍ é considerado também o altar sagrado pessoal que acomoda uma comunicação com as forcas espirituais que existem no mundo. Esta ligação ocorre através de três centros de axé situados na cabeça. Estes centros são chamados IWÁJÙ-ORÍ, ÀTÀRÍ e IPÁKÒ. IWÁJÙ-ORÍ - A fonte da Potência Espiritual na testa. A palavra IWÁJÙ-ORÍ é traduzida geralmente para significar testa. Entretanto na língua de IFÁ tem um significado esotérico mais profundo. O axé situado na testa é a fonte da Divina inspiração a respeito das perguntas do desenvolvimento do caráter. Isto sugere que o IWÁJÙ-ORÍ é similar ao conceito místico oriental do TERCEIRO OLHO.
ÀTÀRÍ - Fonte da Potência Espiritual no alto da cabeça. ÀTÀRÍ significa o topo superior da cabeça. Refere-se também ao axé central no topo da cabeça ou a coroa do crânio. Na forma oriental da Yoga, esta área é geralmente referida como o chacra da coroa. É neste ponto que o indivíduo liga o espírito interno com a dimensão transcendental chamada Nirvana. Em IFÁ esta dimensão é chamada LÀÍ-LÀÍ. Quando um indivíduo liga sua própria consciência com o reino de LÀÍ-LÀÍ têm uma experiência de fonte da criação que é descrita geralmente como sendo além do tempo e do espaço. Esta é uma ideia difícil de explicar, porque não traduz facilmente em palavras. Entretanto este conceito de LÀÍ-LÀÍ sugere que há uma diferença entre a compreensão intelectual da unidade de estar e da experiência emocional da unidade de estar. Historicamente, sempre que os místicos tentaram descrever o índice de sua experiência do visionário, é expresso geralmente na língua poética ou simbólica. A finalidade do uso deste tipo de língua é a esperança que guiará outros além do intelecto a uma experiência direta no reino místico. IPÁKÒ - A fonte da FORÇA ESPIRITUAL na base do crânio. O IPÁKÒ fica situado na base do crânio onde o crânio junta-se com a garganta. É neste lugar que individuais forças da natureza (Orixá) unem com a consciência individual. O IWÁJÙ-ORÍ permite a visão mística e o IPÁKÒ permite a possessão. Isto pode parecer como uma distinção sutil, mas tais distinções são um aspecto importante na instrução de IFÁ. Quando o novato está executando a adivinhação, uma comunicação com o espírito é dirigida com o IWÁJÙ-ORÍ. Sempre que um novato se torna possuído por seu Orixá, o axé do Orixá entra no ORÍ do médium pelo IPÁKÒ. A habilidade do ORÍ ao receber o axé de Orixá é uma função da ressonância interna do próprio ORÍ. Em outras palavras, o axé de um Orixá particular que existe na consciência de um indivíduo particular tem a habilidade de atrair o axé deste mesmo Orixá que existe no mundo. Isto pode ocorrer como uma experiência visionária, ou como uma experiência de transe ou possessão. Um não é considerado tão melhor quanto o outro, ele simplesmente tem diferentes funções ritualísticas.
ORÍ-INÙ – INTERIOR ORÍ-INÙ significa interior. Esta definição é exata, mas limitada. Se o ORÍ for o assento da consciência, a seguir o ORÍ-INÙ é como um mistério dentro de um mistério. É o ser invisível dentro do próprio invisível, ou para usar uma frase do Yoruba, é o próprio que dança na frente do próprio. Ifá ensina que mesmo depois que nós alcançamos esse ponto central do nosso ser, ou a fonte da consciência, há um mistério interno mais profundo que permanece ilusório. É a tarefa de todas as várias formas e iniciação de Orixá e de IFÁ revelar o ORÍ-INÙ AO ORÍ. Os antigos sábios de Ifá fez uma análise muito completa daqueles elementos que dão forma a fundação do si próprio. Distinguiram mesmo entre elementos que unem a forma do interior (ORÍ-INÙ) que está na fundação de percepção do si próprio. Os componentes do ORÍ-INÙ são ÀPÁRÍ-INÙ e ORÍ ÀPEERE.
ÀPÁRÍ-INÙ - A FONTE DA CONSCIÊNCIA. ÀPÁRÍ-INÙ é feito das palavras "PÁ" que significa "marca ou sinal", da palavra "ORÍ" significando "consciência" e da palavra "INÙ" que significa "interno". A tradução mais desobstruída no português seria a MARCA DO SER INTERNO. Esta é uma referência à disposição interna para o processo de construir o caráter. IFÁ ensina que um ORÍ vem ao mundo com uma disposição para desenvolver o BOM CARÁTER e outro ORÍ vem ao mundo incapaz de agarrar facilmente a importância de desenvolver o bom caráter. Aqueles que conhecem a fonte necessária para construir o bom caráter através de seus próprios recursos internos desenvolvem o que é chamado a testemunha "ÈRÍ-OKÀN" que significa "TESTEMUNHA DO CORAÇÃO". Na língua de IFÁ para testemunha do coração é ter uma boa consciência. Àqueles que têm dificuldade de se tornar "ÈRÍ-OKÀN" são dados orientações e os rituais de limpeza para desenvolver esta consciência. Ambas as tendências emergem do ÀPÁRÍ-INÙ que está no núcleo da consciência de cada pessoa. ORÍ-ÀPEERE - OS PADRÕES DA CONSCIÊNCIA. A palavra ORÍ-ÀPEERE traduz para significar também modelo, o exemplo, ou o sinal da consciência. IFÁ ensina que todas as coisas são criadas pelos padrões da energia chamados ODÙ. Os padrões de ODÙ reaparecem durante toda a criação. Isto sugere que os padrões similares da energia em dimensões diferentes da evolução têm uma afinidade. Por exemplo, o fogo no centro do sol, o fogo no centro da terra e todos os fogos no fundo do forno dos ferreiros representam padrões similares da energia em reinos diferentes da criação. IFÁ diria que o mesmo espírito foi renascido em casas diferentes. Quando cada indivíduo escolhe um destino estão de fato escolhendo uma determinada energia padrão ou uma forca espiritual para guiar sua consciência em uma determinada reencarnação. A forca espiritual que encarna no consciente de um indivíduo, então torna-se o principal Orixá que é adorado em uma determinada estadia na vida. Com as sucessivas reencarnações, o Orixá que molda o ORÍ-ÀPEERE de um espírito humano mudaria, adicionando camadas de profundidade a consciência em desenvolvimento de cada alma reencarnada. ÌPÒNRÍ - O EU MAIS ELEVADO. O ÌPÒNRÍ é associado com o conceito de IFÁ de um "Eu" mais elevado. É uma referência que IFÁ descreve porque o dobro perfeito de cada alma existe no ÒRUN, ou dimensão invisível. Este é um conceito esotérico que sugere que toda a forma de consciência evolui de uma fonte primária que existe em purificar o impuro. Em IFÁ a finalidade de todo o crescimento espiritual é mover o ORÍ da animada consciência humana no alinhamento perfeito com a consciência eterna transcendente da qual toda vida evolui. É função da maioria das formas de transe usados em IFÁ para elevar a consciência além do "Eu" da consciência humana para o "Eu" que gera todos os ciclos de reencarnação. Este é um conceito difícil de expressar em termos objetivos, mas é um conceito que aumenta na clareza quando um indivíduo desenvolve a habilidade de funcionar como um médium para o Orixá. Quando um novato começa agarrar inteiramente o significado do ÌPÒNRÍ da uma dimensão adicionado a opinião de IFÁ que quando a vida de outra pessoa melhora a vida de todos melhoram. A base metafísica para esta opinião é que o ÌPÒNRÍ está enraizado ao ODÙ, e o ODÙ é enraizado a essência da criação que faz todas as coisas uma extensão desta.
ÌPÍN NKAN TÀBÍ TI ENÌKAN - O CONCEITO DE IFÁ SOBRE DESTINO. É a frase do yoruba usada para expressar a ideia do destino. É difícil traduzir literalmente, mas sugere a ideia que os limites do "Eu" estão determinados pelo coração. A frase é usada para descrever o conceito do destino, porque o destino é uma ideia multidimensional. O conceito Ifá para destino é uma integração de três componentes conhecidos como ÀKÚNLÈYÀN, ÀKÚNLÈGBÁ E ÀYÀNMÓ. ÀKÚNLÈYÀN - O conceito de ifá sobre escolha. É a parte do destino individual que é criado pela escolha individual. Isto seria comparável ao que é conhecido na filosofia ocidental como LIVRE-ARBÍTRIO. Na metafísica de IFÁ o livre-arbítrio inclui aquelas escolhas feito durante uma vida e aquelas que são feitas entre reencarnação sucessiva. Enquanto a vida progride, o ORÍ está efetuado pelos elementos do destino que são predeterminados e os elementos do destino que resultam do livre-arbítrio. Ou seja, nós podemos escolher um destino e nós podemos escolher ignorá-lo. Enquanto mais um indivíduo ignora seu destino escolhido, mais duro torna-se trazer o destino escolhido dentro do ser. ÀKÚNLÈGBÁ - O conceito de Ifá sobre Livre-arbítrio. É aquele elemento do destino pessoal que muda em consequência das escolhas feitas com o livre-arbítrio. Este conceito sugere que algumas escolhas que são feitas no curso de uma vida podem limitar ou expandir as escolhas que se tornam disponíveis deste ponto em diante. Por exemplo, a decisão de não aprender ler limitará o fluxo futuro da informação que está disponível a um dado pessoal. Se essa pessoa tem escolhido um destino como escritor, a decisão de não aprender a ler elimina a possibilidade de seu potencial inerente como um autor. ÀYÀNMÓ - Conceito de IFÁ sobre Predeterminação. São aqueles aspectos do destino que não podem ser alterados. Dentro da metafísica de IFÁ o aspecto mais significativo do ÀYÀNMÓ seria a época de morte predeterminada. IFÁ ensina que esta data não pode ser prolongada, mas com a infeliz escolha este dia pode vir prematuramente. Em termos muito simples, o conceito do ÀYÀNMÓ sugere que cada pessoa tenha uma escala de potencial nas áreas dadas que não podem ser prolongadas além de algum ponto. Dado a natureza do destino como descrita por IFÁ, é impossível ter um destino positivo que se torne interrompido pelo desenvolvimento infeliz do caráter. IFÁ ensina que a vacância do desenvolvimento do bom caráter pode conduzir a um decrescimento no potencial pessoal. Esta é porque que a sagrada escritura de IFÁ diz "ÌWÁ-PÈLÉ NI ÀYÀNMÓ" que significa que o CARÁTER É DESTINO. A opinião que o CARÁTER É DESTINO, coloca um valor espiritual elevado na elevação espiritual do ORÍ, porque o ORÍ é o centro do controle que guia o desenvolvimento do bom caráter. APEERE - CONCEITO DE IFÁ SOBRE PERFEIÇÃO. A escritura sagrada de IFÁ descreve o potencial humano pelos dizeres "ORÍ LÓ KÓ WON L'APEERE" que significa "SOMENTE O EU ALCANÇA O ESTADO DE PERFEIÇÃO". A sugestão aqui é que o ORÍ continua a se desenvolver até alcançar o APEERE, que á a palavra Yoruba para a conclusão e perfeição. De acordo com a escritura sagrada de IFÁ, aqueles que alcançam APEERE vivem na cidade sagrada chamada ILÉ IFÉ, que existe no centro do reino invisível do "ÒRUN". Aqueles que procuram APEERE (transformação espiritual) são guiados pelo conceito de IFÁ sobre BOM CARÁTER. A escritura sagrada de IFÁ está desobstruída que o CARÁTER não é uma introdução de riqueza ou de status social. O BOM CARÁTER é considerado um processo interno que coloca valores na honestidade, na limpeza e no interesse para o bem-estar da família prolongado. Valores como status sociais e riquezas são considerados ser aspectos do ÀYÀNMÓ, que é o aspecto fixo do destino. Os valores tais como HONESTIDADE, HUMILDADE E GENEROSIDADE são aspectos de ÀKÚNLÈYAN que é o destino que pode ser efetuado pelo LIVRE ARBÍTRIO. Estas ideias podem parecer obscuras e sem importância àquelas que foram levantadas com conceitos filosóficos ocidentais sobre o destino. Entretanto, são feitos exames muito seriamente por aqueles que executam a adivinhação e conduzem o ritual na cultura tradicional Yoruba. Três dias depois que uma criança nasce em uma família de adoradores de IFÁ/ORIXÁ, os mais velhos da comunidade executam uma cerimônia chamada "IKÒ ÉDAYÈ". Durante esta cerimônia, a adivinhação é executada para revelar os elementos fixos do destino da criança. Se a adivinhação indicar pouco no caminho da boa fortuna, os pais são lembrados de pagar uma atenção especial ao desenvolvimento do CARÁTER. Isso é por causa da opinião que o desenvolvimento do BOM CARÁTER pode literalmente mudar o destino de uma pessoa para melhor. Inversamente, o CARÁTER INFELIZ pode mudar o destino de uma pessoa para pior. É por causa desta dinâmica, dentro do desenvolvimento do potencial humano que a maioria de adivinhos de Ifá examina valores do CARÁTER quando uma pessoa vem para a consulta e se queixa de infortúnio.
ÀTÚNWÁ - O CONCEITO DE IFÁ SOBRE O RENASCIMENTO DO CARÁTER. A palavra ÀTÚNWÁ é uma contração de "ÀTÚNBÍ", (regeneração) e "ÌWÁ", significando CARÁTER. Em IFÁ a palavra é usada para descrever o que o misticismo oriental chama de REENCARNAÇÃO. Em muitas tradições religiosas orientais, a reencarnação é definida como o renascimento continuo da alma. O conceito de IFÁ sobre ÀTÚNWÁ é uma opinião similar, que incluí uma explanação complexa das forcas espirituais que são envolvidas no renascimento da alma. É significativo que a palavra Yoruba para reencarnação faz uso da palavra "ÌWÁ". É porque IFÁ ensina que através do processo de construção do CARÁTER, estão envolvidos o indivíduo e a família. Isto significa que o conceito de IFÁ sobre o CARÁTER está relacionado às introduções da responsabilidade geral. De acordo com IFÁ, não pode haver nenhum crescimento pessoal à custa de outro, e quando alguém na família prolongada não exibe o BOM CARÁTER, a família inteira sofre. Quando alguém em uma comunidade Yoruba exibe o CARÁTER INFELIZ, uma pessoa idosa perguntará invariável à pessoa para identificar seus pais. Isto é, porque a falha de viver até os limites gerais é considerada uma falha coletiva. Quando tal falha é identificada, há um esforço considerável dentro da família inteira para resolver o problema. Em termos metafísicos, o conceito do ÀTÚNWÁ está na fundação do conceito de IFÁ sobre o "Eu". Isto é porque o princípio organizado que cria a consciência humana (ORÍ) é ligado com o princípio organizado que cria a todas as formas de consciência. Quando esta ligação é agarrada com a visão mística, o ORÍ torna-se ciente de seu relacionamento com o ÌPÒNRÍ (o Eu mais elevado). O índice desta visão é a consciência que o Eu eterno remanesce durante toda a manifestação do ÀTÚNWÁ (reencarnação).

2 comentários:

  1. Estamos nos afastando cada vez mais do que nos foi ensinado nas vidas pretéritas, o conhecimento adquirido nas sucessivas missões reencarnatórias, e dos compromissos assumidos e não cumpridos pois quando a energia da matéria suplanta a espiritual nessas viagens de ida e vinda nos contatos com o superior, nos tornamos meros arquetipos dos nossos mentores de luz que a Deusa YA OMI, te abençoe minha irmã, estou aqui, para que dentro dos meus sentimentos possa me expressar com sabedoria ashe.

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