É no portão que existe entre o céu e a terra que o julgamento tem lugar em nosso caso. Esse portão não está custodiado por um ser humano, mas por um carneiro cujo nome é Àgbò Mòmò Momo. Ele é o guardião do portão entre o céu e a terra. Um verso de Ifá diz:
Ajá níí gba bodè ní Ìpóró,
Agbò níí gba bodèe Mòmò,
Ewúré níí gba bodeè bóki bòki.
O cão é o guardião da porta de Ìpóró,
Àgbò, o carneiro, é o guardião da porta de Mòmò.
Ewúré, a cabra, é a guardiã da porta daqueles que não podem manter a boca fechada!
Quando se chegar ao portão que há entre o céu e a terra, haverá o julgamento e punição por aquilo que tiver feito. Se fez o bem será recompensado e poderá regressar à terra como um ancestral. Aqueles que não fizeram o bem não voltarão, tendo que transitar lentamente pelo que nós chamamos Òrun àpáàdì, que se assemelha ao inferno cristão.Aqueles que seguem o culto aos Àwón Òrìsà quando morrem vêem seus ancestrais. A mesma coisa acontece com os cristãos ou muçulmanos. Nunca vi ninguém que estivesse morrendo dizer que via um anjo, ou via Jesus Cristo. As pessoas sempre vão encontrar seus ancestrais, talvez o pai que tenha morrido vinte anos antes, ou a mãe, irmão, irmã, tio ou tia que já tenham morrido. Quando alguém está agonizando e começa a lhe dizer: “Olhe para isso” ou “Minha mãe está aqui! Oh, mamãe, que bom vê-la”, nos damos conta que essa pessoa logo estará junto aos seus ancestrais. Conta-se, por exemplo, que os caçadores, os quais são todos devotos de Ògún, quando morrem, se reúnem ao pé de uma árvore de Ògún, no céu, e assam carne (de caça) para Olúmokin.
Em um verso Ìjálá se diz:
Wón n be níbi ò gbé séyelé,
Kò sádìe,
Kò kúkú sí èmìnìkàn
Ti í dami obè é nù;
Kò kúkú sí kurúù ti í gbádiè.
Mo kílé
Ilé ò jé mó o.
Baba à mi, mo sàgò sàgò títí,
Onílé ò fohùn.
Mo ní “Níbo lonílé yìí wà.
Omo Oníwànnú,
Ó yúnko, Àbó ròde.”
Ode tí n be lóhùún pò jode ayé lo.
Àwon n be nídìí Ògún,
Eran ni wón n yan folúmokìn.
Òrun dèdèedè mó kàn-ánjú mó,
Gbogboo wa lá n bò.
tradução
Estão em um lugar onde não há pombos,
Onde não há galinhas,
Onde não há tremores
Que possam derramar a sopa.
Onde não há falcões que cacem pintainhos.
Cheguei em casa e fiz minha saudação,
Porém ninguém respondeu.
Meu pai, eu o saudei “àgò!”, durante algum tempo,
Mas ninguém respondeu.
Perguntei, “Onde está o dono desta casa?”
Filho de Oníwànnú,
Foi à fazenda,
Ou foi à cidade?
Os caçadores do céu são em maior número
Que os caçadores da terra.
Oh Céu, que está pendurado acima (de nós),
Oh Céu, não tenha pressa,
(Pois) Todos nós estamos chegando.
A chave para se chegar a uma idade avançada e com boa saúde, bem como ter uma excelente recompensa no céu, é Ìwà pèlé, caráter bom, gentil e amoroso. Assim, quando alguém de bom caráter morre, ele ou ela irá para um lugar bom (Òrun Rere), o céu onde moram seus ancestrais e onde vivem os Àwón Òrìsà. Por isso é bom cultuar os Àwón Òrìsà, tentando imitar as suas boas qualidades.
Acredito que todos nos estamos aqui,no aye para sermos felizes....e ter varias experiencias e emoções!!!!Portanto vamos viver cada momento com dignidade e alegria!!!!
Ninu ohun ti a fi ise ara l'oso ni OSÚN ati LÀÁLÌ. Awon yoruba l'o ni asa Osùn kikun yi ní ikáwò. Ibi a ba gbe nse àjoyò oyé tabi ti iyawo tabi ti omo titun l'a ti nkun Osùn. (dentre as coisas que usamos no trabalho para o corpo o feiticeiro invoca Osún !!!
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Pq cultuar orisa
A vida na Terra é tão importante como a vida após esta. Cada religião representa um estilo de vida. As religiões que se baseiam no culto aos Àwón Òrìsà (Orixás) cuidam para que cada ser humano tenha uma relação harmônica com seus congêneres e com o resto da criação, de forma que levem uma vida plena de satisfação e felicidade.Um dos pontos essenciais dessas religiões é que estas não partem da arrogância do ser humano, ao contrário de outras religiões que acreditam que toda a criação foi feita para sua própria satisfação e exploração. Não podemos esquecer que há seres criados que se encontram em níveis mais altos do que o nosso, por isso devemos saudá-los e lhes fazer reverência. As religiões de culto aos Òrìsà não se baseiam no materialismo. Não obstante, segundo diz Ifá, existem três coisas que os seres humanos desejam na vida:
Ire méta làwa n wá
Àwá n wówó
Àwá n wómo
Àwá n wá àtubòtán ayé
Buscamos três bênçãos,
Buscamos a bênção do dinheiro,
Buscamos filhos,
Buscamos morrer em paz.
A bênção das coisas materiais é a menos importante das três. A mais importante é ter uma vida longa, tendo boa saúde e morrer em paz, seguida pela bênção dos filhos. Esses são os três objetivos da vida na Terra.
Quando alguém morre, existe a necessidade de saber se essa pessoa será feliz depois de sua morte. Não existe o inferno, mas existe o conceito de julgamento e castigo pós-morte.
Ifá diz:
E mo sìkà láyé o o ò
Nítorí òrun.
E mó sìkà láyé,
Nítorí òrun.
Bé e de bodè é ó rojó.
Não faça nada maldoso na terra.
Já que irás para o céu.
Quando chegares ao portão (entre o céu e a terra)
Terás que responder (pelo seus erros).
Anciãos: os pilares da África
Os anciãos em África desde sempre desempenharam um papel decisivo. Além de fundamento da família e da etnia, eram os condutores da vida, o elo de união entre o passado e o futuro, os repositórios da sabedoria popular e os educadores da juventude.
Mais de metade da população africana é constituída por jovens com menos de 30 anos. A juventude, como um grande capital humano, apresenta-se como a força de transformação em vistas de um futuro prometedor. Estes jovens africanos têm grandes ideais e vontade de transformar a situação que o continente africano atravessa, infelizmente pouco lisonjeira. A juventude ajuda a reinventar a sociedade africana; possui, além disso, uma grande criatividade na arte da sobrevivência. Mas estes jovens ainda contam com os anciãos? Que lugar ocuparão as pessoas mais velhas no contexto da sociedade africana?
Tradicionalmente, representam um elo fundamental. O amor à vida é uma característica de todas as culturas africanas. A sociedade organiza-se e estrutura-se em volta da vida; a «vida» é a chave que permite entrar na alma, na filosofia e na espiritualidade do negro africano. A vida é sagrada; é preciso respeitá-la, protegê-la e fazer com que ela cresça. A morte, em África, é concebida sobretudo como a continuação da vida no outro mundo. Assim se compreende o culto aos antepassados e a sua veneração. Para os negros africanos, «os mortos não são mortos»; continuam a viver em comunhão com os vivos. Os negros africanos conservam uma estreita relação com os antepassados, para não interromperem a corrente da vida. Por isso, não se chama antepassado a todos os mortos, mas àqueles que servem de referência e modelo para os vivos. Daí a importância e o respeito atribuídos aos anciãos, por serem os mais próximos dos antepassados.
A memória do povo
Os anciãos são também a memória do povo, aqueles que preservam a história e uma infinidade de acontecimentos e palavras recebidos do passado. «Velho que morre, biblioteca que arde», dizia Hempaté Ba. Um provérbio bambara, na África ocidental, afirma que «o velho vê sentado aquilo que o jovem de pé não descortina». Desta forma se associa a idade (os anos vividos) à sabedoria. Em diversos idiomas da cultura banta, «ancião» e «sábio» são dois conceitos coincidentes; por exemplo, mzee, em swahili, significa ancião, sábio, respeitável. Os anciãos são aqueles que «viram o Sol antes dos mais novos», aqueles que sabem ensinar.
As fábulas, narradas à noite, junto da fogueira, por quem tem mais experiência da vida e autoridade moral - os anciãos -, são uma autêntica lição. Também uma criança ou um jovem podem contar aos outros uma fábula, mas não passa de uma brincadeira ou de uma iniciação. Como quando uma menina imita, com uma boneca, os gestos que vê fazer à mãe em relação a um irmão mais pequeno. Estes provérbios são amiúde sólidos argumentos nas discussões ou em litígios importantes entre adultos.
O lugar onde nasce e se desenvolve a vida, a família é uma instituição de referência e de identidade da pessoa. A família - nunca nuclear, mas alargada - engloba todos os seus membros (irmãos, primos, tios, avós). Tem de existir entre eles uma grande solidariedade. Não nos admiremos, portanto, se uma criança for viver para casa dos tios, pois encontra-se sempre «em família». A solidariedade é partilhar com os outros aquilo que uma pessoa tem; por conseguinte, é concebida como a arte de saber estar e viver com os seus «irmãos». Nas línguas bantas, «ter» traduz-se por «estar com». Assim, dizer «tenho um irmão» equivale a dizer «estou com um irmão» e «tenho uma casa» equivale a «estou numa casa».
Várias famílias com um antepassado comum formam o clã. Os clãs formam a tribo ou a etnia. Há elementos que unem os membros da mesma etnia (tribo): o antepassado comum, o chefe, a cultura (a tradição), a língua, o território (a terra). Uma etnia possui uma determinada história, um sistema político e económico e uma organização social. Stefano Kaoze, o primeiro sacerdote congolês, define a etnia como uma nação ou povo. Pertencer a uma etnia é um dom, uma riqueza; implica a identidade social e cultural, a segurança do indivíduo. Na etnia, o africano encontra as suas raízes e os valores de referência.
Os anciãos são os pilares da família e da etnia, não só por conhecerem a sua história e a sua cultura como também por servirem de referência aos costumes e aos segredos da vida. Acompanham os membros da família e ocupam um lugar central na etnia. Encontram-se sempre presentes nos momentos-chave da vida de cada um dos membros da família e presidem à celebração desses momentos: nascimento, iniciação, matrimónio e morte. Conhecem as plantas medicinais e procuram manter a harmonia no seio da família. Rezam ao deus dos antepassados, que sempre os protegeu. A sua alegria é viverem entre os seus, no seio da sua família, clã ou etnia, e morrer satisfeitos depois de verem os filhos dos seus netos.De mestres a “bruxos”
Os anciãos continuam ainda a ser, em África, uma referência para a maioria dos mais jovens. Mas a civilização moderna faz com que, no continente africano, convivam diversas culturas: as tradicionais e as modernas. O respeito pelos anciãos está a mudar, sobretudo nas cidades.
* Já existem, em diversos locais, lares para anciãos, devido à influência do Ocidente e ao entusiasmo dos missionários. Constituem um refúgio para os que viram os seus cônjuges dizimados pela pandemia da sida ou por qualquer outra doença. Por outro lado, afastam os velhos do seio da sua família.
* Os contributos da modernidade, com as suas novas tecnologias, subvertem a ordem do mundo tradicional africano: vieram as escolas e as universidades, a cultura ocidental é apresentada como superior à africana, a televisão substituiu os convívios do anoitecer à roda da fogueira e o ancião procura o seu lugar nesta nova ordem.
* Os jovens perdem respeito aos anciãos e julgam os seus ensinamentos antiquados; há até quem os retenha como bruxos, capazes de tirar a vida aos mais novos.
O futuro da África passa por saber ligar o seu passado ao presente, integrar a modernidade nas suas culturas sem perda de valores. É preciso não esquecer a «memória» dos antepassados. «A árvore cresce quando afunda no solo as suas raízes», diz um provérbio africano. Com a sua longa história, os povos africanos implementaram sistemas que lhes permitiram organizar a sua vida social e política; a sua religião responde à necessidade de uma alma profundamente crente. É uma memória que fica no «gene» do negro africano. É preciso valorizá-la no diálogo com os contributos do mundo moderno, para conseguir uma vida adequada à África e ao africano.
Presentemente, muitos médicos e investigadores recorrem à sabedoria dos anciãos para descobrirem e catalogarem as plantas medicinais que as florestas africanas escondem.
O cristianismo deixa-se enriquecer com os valores africanos: por exemplo, utilizam-se os provérbios e os contos para explicar a palavra de Deus. Prescindir do ancião seria como tentar apagar o passado da África. O seu rosto terá de acompanhar a juventude africana, pois «a mão do ancião pode tremer, mas a sua voz costuma acertar no alvo».
O RITUAL DO SACRIFÍCIO
Um dos objetivos deste estudo, é dar subsídios para que os iniciados, os estudiosos e os freqüentadores do Candomblé, possam argumentar sobre assuntos polêmicos que envolvem nossa Religião, a Religião dos Orixás.
Dentre os vários assuntos, temos os rituais que envolvem os sacrifícios animais praticados habitualmente em nossos Rituais.
Os Cristãos, Católicos e Protestantes, são os que mais repudiam o nosso sacrifício animal. Eles deveriam estudar mais o seu Antigo Testamento, em específico o "Levítico", onde os sacrifícios, não só de animais, são relatados.
O Livro "The Lion Handbook to the Bible", Lion Publishing – England Herts – 1973 de autoria de David e Pat Alexander, relata que o Levítico é o código das leis dadas por Deus a seu povo
através de Moisés no Sinai.
As cerimônias e outros ritos e normas não eram um fim em si mesmas. A oferta do sacrifício dia após dia, ano após ano, a recordação anual do dia da expiação recordavam constantemente a Israel o pecado que o separava da presença de Deus.
Os israelitas infringiam a aliança com ele desobedecendo as suas leis e estavam condenados à morte. Mas Deus, na sua misericórdia, mostrou-lhes que haveria de aceitar um sucedâneo, a saber, a morte de um animal perfeito e inocente, em lugar da vida do pecador. Suas leis mostram que Deus age em harmonia com as leis naturais para o bem do povo, diz o livro.Levítico 1-7 – Os Sacrifícios
1 - O Holocausto (capítulo 1 e 6,1-6) único sacrifício em que se queima o animal todo, um sinal de consagração.
2 - Oferta de cereais ou de farinhas (capítulo 2 e 6, 7-11) acompanhava muitas vezes o holocausto e o sacrifício de comunhão (item 1 acima).
3 - O sacrifício da comunhão (capítulo 3 e 7, 11-36)
4 - O sacrifício do pecado (4,1-5,13 e 6, 17-23)
5 – O sacrifício da reparação ( 5,14-26 e 7, 1-10)
O Fiel trazia sua oferta (um animal sem defeito físico tirado da própria manada ou rebanho ou, no caso do povo pobre, rolas ou pombos) até o pátio diante do tabernáculo. Colocava a mão sobre ele para significar que o animal o representava e depois o imolava (sacrificava).
Se o sacrifício era público o Sacerdote era quem realizava essa operação. O Sacerdote tomava a bacia com o sangue e com ele espargia o altar, queimando a seguir algumas partes específicas do animal que continham determinadas porções de gordura. O que restava era consumido pelos Sacerdotes e suas famílias ou ainda pelo Sacerdote junto com os ofertantes.
Os sacrifícios exprimiam a gratidão do indivíduo pela bondade de Deus, ou eram simplesmente manifestações espontâneas de devoção e homenagem.
O sacrifício pelo pecado e o sacrifício da reparação (Levítico 4-5, 26) referem-se às transgressões contra a lei de Deus ou situação em que foi cometida uma falta contra o próximo, porém ambos demonstram a exigência de enfrentar o pecado pelo uso do sangue.
O Sacerdote como representante de Deus tinha a função de declarar se o fiel e sua oferta eram aceitos ou rejeitados por Deus.
A prática do sacrifício animal remonta ao início das relações entre Deus e os homens (Gênesis 4,4) e no Novo Testamento explica a morte de Jesus (Hebreus 9,11). O Levítico 17,11 diz que o sacrifício é algo dado por Deus ao Homem. A pessoa que leva a oferta apodera-se da vida do sangue animal sacrificado e pode doá-la a Deus, injetando nova vida nas suas relações com Deus.
Este é um pequeno espaço histórico, para a dignificação da Religião dos Orixás, tão agredida pelas Doutrinas Cristãs, principalmente pelas Protestantes. Então, cabe-nos o direito de mostrar quão hipócritas são aqueles que nos agridem e nos repudiam com bases em seus Livros Sagrados, que mostram largamente a pratica de ritos idênticos aos nossos e com a mesma simbologia .
A Religião dos Orixá é extremamente tradicionalista e não muda sua liturgia com fins hipócritas, somente para agradar a visão leiga dos fiéis na tentativa de obter fins lucrativos. O que era feito há 6000 anos é mantido até hoje por nós, mas não com uma conotação diabólica como desejam nos impor usando uma mídia já desgastada. Hoje o Homem é culto, busca informar-se e encontra a verdade relativa ao nosso mundo religioso.
O Orixá nunca esteve envolto ao mundo da Magia Negra, ao baixo astral, ao Satanismo ou muito menos ligado a demônios somente porque realizamos em nossos ritos o sacrifício animal. Nós pregamos os ensinamentos dos Orixás que são puros em sua essência, não ficamos pregando mais os atos dos demônios do que a palavra de Deus tirada de livros sagrados de autoria duvidosa.
Nossa doutrina religiosa foi mantida pela boa vontade do Homem fiel a Deus, mantendo todos os nossos conhecimentos na memória e transmitindo-os pela oralidade. Não temos livros sagrados adaptados a cada momento da história em decorrência das necessidades das instituições religiosas.
Não expulsamos demônios em forma de "teatro" para enganar pobres coitados crédulos dizimistas que acreditam nas encenações de atores bem pagos para se contorcerem em público ou darem testemunhos suspeitos, sempre idênticos, sem provas. Não "amarramos" espíritos ruins em nome de Deus.O que desejamos é somente poder expor que nossa Religião, a Religião dos Orixás, tem como objetivo ( RELIGAR) o Homem a Deus através da manutenção de ritos tradicionalistas; através de uma hierarquia rígida mantida entre os seguidores e Iniciados; através da exigência de uma conduta honrada e moral dentro das verdadeiras Ègbé (Sociedades).
Desejamos mostrar com clareza que nossos verdadeiros Sacerdotes são homens sábios, estudiosos e perseverantes na sua religiosidade, tudo isso com base em uma filosofia mitológica milenar. Qualquer outra versão não tem sustentação real, tratando-se de invencionismo de muitos que pretendem impressionar ou lucrar em benefício próprio usando o nome dos ( Orixás Yorùbá ).
Se fazemos sacrifícios é porque somos autorizados por Deus, conforme também era praticado em Israel. Além do mais, a energia pura do Orixa, absorve a essência espiritual do animal a ele imolado e a eleva espiritualmente, evoluindo-o rapidamente, o que deveria levar milhões de anos para evoluir na escala espiritual, sem contar que, a carne do animal é consumida durante as festas, proporcionando a energia da satisfação alimentar, que o Orixá absorve e transforma em realizações das necessidades materiais dos ofertantes.
O sacrifício é necessário, tanto para a evolução espiritual do animal, como para a alimentação dos participantes (comer animal vivo, sem sacrificá-lo é realmente impossível!)
ão podemos esquecer que nas mesquitas, anualmente, até os nossos dias, é sacrificado um cordeiro para Alláh. Mas ninguém gosta de agredir o Islã. E sabem muito bem o porquê !
Èjè (sangue) é vida, todos nós aprendemos isso nos templos verdadeiramente consagrados aos Orixás. Tiradas as partes sagradas dos animais que são ofertadas às Divindades, o restante é consumido pelos ofertantes. Não há desperdício nos Ilé Orixá, em respeito à natureza, conforme nos determinam as Divindades.
Os animais ofertados não podem sofrer para serem imolados, conforme nos determina o Orixá Ogun Olóòbe, o Senhor da Faca. O ritual é cercado do máximo respeito seguido de procedimentos de abstinência, onde a pureza e a limpeza espiritual e orgânica dos presentes é exigida com rigor para que eles possam participar desse tipo de oferenda e só aos Iniciados devidamente preparados por anos cabe exercer o ato de imolar o animal. Isso não cabe a qualquer pessoa despreparada.
Há uma liturgia a ser seguida a risca em detalhes, onde o epo pupa (azeite de dendê), iyò (o sal), oyin (o mel), omi (a água), otí (a aguardente), ataare (a pimenta) são rezados e encantados recebendo pela palavra propriedades mágicas, para poderem ser ofertados às Divindades como símbolos de doçura, progresso, prosperidade, fartura, fertilidade, alegrias e paz, afim de que essas bênçãos sejam retribuídas a todos em troca da oferta.
Sem que nunca se esqueça de ofertar para Onílè (o globo terrestre) sua parte, pois é ele quem sustenta os nossos pés. Esta frase metafórica Yorùbá nos ensina que é a Mãe Natureza quem nos permite mais uma reencarnação no Àiyé (na Terra) e por isso devemos mostrar nossa gratidão a ela durante os ritos de oferendas.
Só pode ver maldade em uma ritualistica dessa quem é mal no mais profundo de sua essência intima, no próprio caráter ou pelo desconhecimento, acabando por julgar sem saber o que verdadeiramente está sendo realizado num ritual em nome de Deus.
Pois graças a esse Deus, Olodùmarè, nós não fazemos apologia aos demônios, pois os desconhecemos na nossa cultora religiosa. Para a cultura Religiosa Yorùbá Deus não "permitiria que os Anjos Caíssem". Quem faz mal aos homens é o próprio Homem ! Nós somos raízes da Energia Universal (Oloorum) e por isso mesmo temos o poder criador.O diabo foi criado nada menos que pelos Cristãos, pela necessidade de justificar suas deficiências e erros e o mesmo (diabo) vem criando poderes através da energia emitida por determinados evangélicos modernos que o mentaliza e o supre energeticamente através da suas invocações e exorcismos diários. Nosso Deus jamais criaria o Demônio, pois o mesmo é a antítese de Deus, senão o mesmo não seria Onisciente, Onipotente e Onipresente!
A Religião dos Orixás não deseja ser melhor que as outras Religiões. Deseja somente ser respeitada, assim como sabe respeitar. Desejamos somente que as pessoas possam cumprir seu papel em mais uma passagem pela vida no Àiyé com auxílio dos ensinamentos deixados pelos Orixás.
Desejamos somente crescer nas experiências de viver. Desejamos poder aprender a conviver num mesmo espaço físico com os outros homens, porque o nosso espírito não tem para onde evoluir já que o Homem é um deus-finito. Evoluir o espírito do Homem seria tentar superar a Deus, pois o nosso espírito foi criado de Deus, portanto somos partículas divinas. Já fomos criados sendo deuses.
Tudo o que necessitamos já recebemos de Deus no momento da Criação, só temos que aprender a usar o que nos foi dado por Ele.
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