sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Èsù Elebo
Para melhor compreensão do porque da necessidade de oferendas aos deuses vamos aqui discorrer sobre o mito da criação de Èsù, princípio dinâmico e princípio da existência individualizada. A análise de Èsù se impõe como imprescindível para compreensão da ação ritual e do sistema como totalidade. Princípio dinâmico e de expansão de tudo o que existe, sem ele todos os elementos do sistema e seu devir ficariam imobilizados, a vida não se desenvolveria. Segundo as próprias palavras de Ifá, “cada um tem seu próprio Èsù e seu próprio Olórun, em seu corpo” ou “cada ser humano tem seu Èsù individual, cada cidade, cada casa (linhagem), cada entidade, cada coisa e cada ser tem seu próprio Èsù”, e mais, “ se alguém não tivesse seu Èsù em seu corpo, não poderia existir, não saberia que estava vivo, porque é compulsório que cada um tenha seu Èsù individual”. Em virtude da maneira como Èsù foi criado por Olódùmarè, ele deve resolver tudo o que possa aparecer e isso faz parte de seu trabalho e de suas obrigações. Cada pessoa tem seu próprio Èsù; e ele deve desempenhar o seu papel, de tal modo que ajude a pessoa para que ela adquira um bom nome e o poder de desenvolver-se. Olódùmarè fez Èsù como se fosse um medicamento de poder sobrenatural próprio para cada pessoa. Isto quer dizer que cada pessoa tem à mão seu próprio remédio de poder sobrenatural podendo utilizá-lo para tudo o que desejar. Èsù exerce as mesmas funções para todos os ebora. Só os seres humanos não podem ver seu Èsù particular. Os ebora; osòrìsà e todos os Irúnmalè podem ver-se a si próprios, acompanhados de seu Èsù, fato que lhes permite executar tudo o que tem necessidade, de acordo com as maneiras específicas e os deveres de seu Èsù. Nos ritos de oferendas ambos comem juntos; o nome de cada Èsù acompanhante é conhecido, invocado e cultuado junto ao òrìsà, como elemento indestrutivelmente ligado a ele. A história conta que nas remotas origens,Olódùmarè e Òrìsànlá estavam começando a criar o ser humano. Assim criaram Èsù, que ficou mais forte, mais difícil que seus criadores. Olódùmarè enviou Èsù para viver com Òrìsànlá; este o colocou à entrada de sua morada e o enviava como seu representante para efetuar todos os trabalhos necessários. Foi então que Òrùnmìlà desejoso de ter um filho, foi pedir um a Òrìsànlá. Este lhe diz que ainda não tinha acabado o trabalho de criar seres e que deveria voltar um mês mais tarde. Òrùnmìlà insistiu, impacientou-se querendo a qualquer preço levar um filho consigo. Òrìsànlá repetiu que ainda não tinha nenhum. Então perguntou: Que é aquele que vi à entrada de sua casa? É aquele mesmo que ele quer. Òrìsànlá lhe explicou que aquele não era precisamente alguém que pudesse ser criado e mimado no àiyé. Mas Òrùnmìlà insistiu tanto que Òrìsànlá acabou por aquiescer. Òrùnmìlà deveria colocar suas mãos em Èsù e , de volta ao àiyé, manter relações com sua mulher Yebìírú, que conceberia um filho. Doze meses mais tarde, ela deu à luz um filho homem e, porque Òsàlà dissera que a criança seria Alágbára, senhor do poder, Òrùnmìlà decidiu chama-la Elégbara; assim desde que, Òrùnmìlà pronunciou seu nome, a criança, Èsù mesmo, respondeu e disse: Iyá, ìyá mãe, mãe Ng o je eku eu quero comer preás A mãe respondeu: Omo naa jeè filho, come, come, Omo naa jeè filho, come, come Omo l’okùn Um filho é como contas de coral vermelho, Omo ni de Um filho é como cobre Omo ni jìngìndìnrìngìn Um filho é como alegria inestinguível, A um se yì, mu s’òrun Uma honra apresentável, que nos Ara eni representará depois da morte. Então Òrùnmìlà trouxe todos os preás que pode encontrar. No dia seguinte a cena se reproduziu: Mo r’omo na Visto que consegui ter um filho Aji logba aso o que acorda e usa duzentas vestimentas diferentes, Omo máa Filho, continue a comer No quarto dia, disse que queria comer carne. Sua mãe cantou como de hábito e seu pai trouxe-lhe todos os animais quadrúpedes que pode achar; até que não ficou um só, Èsù não parou de chorar. No quinto dia, ele disse: Ìyà Ìyà mãe, mãe Ng ó je ó Eu quero comê-la A mãe repetiu sua canção: filho come, filho come, come e foi assim que Èsù engoliu sua própria mãe. Òrùnmìlà alarmado correu a consultar os Babaláwo, que lhe recomendaram fazer a oferenda de uma espada, de um bode e de quatorze mil cauris; ele assim o fez. No sexto dia depois de seu nascimento, Èsù disse: Bàbá, Bàbá Pai, Pai Ng ó ju ó ó Eu quero comê-lo Òrùnmìlà cantou a canção da mãe e quando este se aproximou, Òrùnmìlà lançou-se em sua perseguição com a espada e Èsù fugiu. Quando Òrùnmìlà o arrepanhou, começou a seccionar pedaços de seu corpo, a espalhá-los, e cada pedaço transformou-se em um Yangí. Òrùnmìlà cortou e espalhou duzentos pedaços e eles se transformaram em duzentos Yangí. Quando o pai se deteve, o que restou de Èsù levantou-se e continuou fugindo. Isto se repetiu nos nove Òrun que ficaram assim povoados de Yangí. No último òrun, depois de ter sido talhado, Èsù decidiu pactuar com Òrùnmìlà : este não devia mais persegui-lo; todos os Yangí seriam seus representantes e Òrùnmìlà poderia consulta-los cada vez que fosse necessário envia-los a executar os trabalhos que ele lhes ordenasse fazer, como se fossem seus verdadeiros filhos. Èsù assegurou-lhe que seria ele mesmo quem responderia por meio dos Yangí (pedaços de laterita) cada vez que o chamasse. Òrùnmìlà perguntou-lhe sobre a mãe que havia sido devorada, e ele devolveu sua mãe ao pai e acrescentou: Òrùnmìlà ki o maa kési oun Bi ó ba fee gba gbogbo àwon nkan Bi eran ati eye Ti òun je ti àiyé Pè òun ó máà ràn án lówó láti gbà padà fún làti owo àwon Omo aràiyé. Òrùnmìlà deveria chama-lo Se ele queria recuperar a todos e Cada um dos animais e das aves Que ele tinha comido sobre a terra Ele (Èsù) os assistiria para Reavê-los das mãos da humanidade. Dessa história rica em informações, queremos destacar a relação que o ìtan estabelece entre o povoamento ou o nascimento de descendentes, com a voracidade agressiva do recém-nascido e a devolução ulterior de tudo o que foi engolido – devido ao pacto. Particularmente a restituição da mãe-símbolo, Yébìírú, yé + bi + irú: a mãe que dá nascimento a filhos de todo tipo, o ventre-continente da humanidade. A restituição da mãe e de tudo o que tinha sido ingerido através de oferendas não só restabelecera harmonia, mas transforma o descendente no símbolo de fecundidade e de transmissão do agbàra, a força simbolicamente contida no adó-iràn (cabaça que contem a força que se propaga). Por este motivo Èsù também é chamado Elebo, senhor das oferendas. Òse- tùwá, representante direto de Èsù, simboliza um de seus aspectos mais importantes, o de ser encarregado de transportar as oferendas, Òjíse-ebo, evidenciando seu caráter de Èsù Elebo , o proprietário, o que controla, o que regula o ebo, a oferenda ritual. Por ser a única entidade para quem são abertas as portas do òrun, quando a relação òrun-àiyé fica abalada e a seca ameaça destruir inteiramente a terra, o descendente é o único que pode transportar, fazer aceitar o ebo e, consequentemente, trazer a chuva, fertilizar a terra, restabelecendo ao mesmo tempo a relação òrun-àiyé. Èsù é o resultado da interação de um par: nasceu do ventre e do àse de Òsun Olori Ìyá-mi Ajé do poder supremo feminino, e do àse dos 16 Irúnmalè Àgbà Odù, do poder supremo masculino. ( Afòsé) O VERBO – Sua importância A transmissão oral do conhecimento é considerada na tradição iorubá como o veículo do asè, o poder, a força das palavras, que permanece sem efeito em um texto escrito. O conhecimento transmitido oralmente tem o valor de uma iniciação pelo verbo atuante, uma iniciação que não está no nível mental da compreensão, porém na dinâmica do comportamento. É também difícil traçar uma linha de demarcação entre o assim chamado conhecimento científico e prática “mágica”. Isto ocorre devido à importância dada, em uma cultura tradicionalmente oral como a iorubá, à encantação, ofò, pronunciada no momento de preparação ou aplicação das diversas receitas medicinais, oògùn. (ofò) encontramos a definição da ação esperada de cada um dos elementos que entram na receita. Essas encantações (jogo de palavras) têm uma grande importância nas civilizações de tradição oral. Sendo pronunciadas em orações solenes, podem ser consideradas como definições e com frequência são as bases sobre as quais o raciocínio é construído. Na cultura africana tradicional, saber o nome de uma pessoa ou coisa significa que elas podem, até certo ponto, ser controladas. Consequentemente, entre os iorubas a preparação de remédios e trabalhos mágicos deve ser acompanhada de encantações (ofò) com o nome das plantas, sem as quais esses remédios e trabalhos não agiriam. Palavras para que possam agir, devem ser pronunciadas. Entre os iorubas, os ofò são frases curtas nas quais muito frequentemente o verbo que define a ação esperada, o verbo atuante, é uma das sílabas do nome da planta ou do ingrediente empregado. Como exemplos vão usar um trabalho feito para encontrar onde ficar, . Ele indica a oferenda a ser feita e a encantação apropriada: um pilão (odó) é usado para encontrar onde acampar (dó); folhas de tètè para encontrar onde descansar (tè); folhas gbégbé para encontrar onde morar (gbé). Frequentemente, o verbo atuante de uma preparação é o mesmo para todas as folhas nela empregadas, e a mesma sílaba é encontrada em cada um dos nomes. É o caso, por exemplo, de uma receita para tratar lepra (oògùn ètè) em que a sílaba pa é encontrada nos nomes das folhas ikí pupa, oparun e òrúpa, e na encantação, que também é a mesma para as três: ba mi pa àrùn ètè, “ajude-me a matar a lepra”. O verbo atuante da fórmula propiciatória também pode ser encontrado em mais de uma sílaba do nome da planta. Quando pèrègún é usada em trabalhos para se obter boa sorte Àwúre oríre, o elo é criado a partir depèrè, com o ofò pèrègún pe rere wá, “pèrègún chame a sorte (rere) para cá; mas quando é usada em trabalhos para agradar as feiticeiras wíwá ìyónú ìyàmi, o elo se baseia em gún, com o ofò pèrègún ó ní kí ayé mi ó gún, pèrègún manda que a minha vida seja reta (gún). Um babalawó raramente emprega os nomes dos odus em sua forma original, dando preferência aos nomes derivados dele foneticamente, às vezes por acréscimo de um prefixo e um sufixo, que lhe conferem uma significação particular. Dessa maneira o babalawó tem maior facilidade para encontrar o simbolismo e o contexto das histórias (ìtàn) e remédios classificados naquele odu. Eis alguns exemplos: Ògúndá òdí também pode ser denominado ògúndá gédìí ìgbín, “ògúndá-corta-o-fundo-do-caracol”, em alusão à tranqüilidade, uma vez que o líquido que flui da concha do caracol é usado na preparação de um tranquilizante. Nos trabalhos para se obter favores das feiticeiras ìyónú ìyàmi, o odu òsá méjì, torna-se òsá eléye, òsá-dono-do-pássaro, e ogbè ògúndá torna-se ogbè ìyàmi. Vimos assim a importância da verbalização de nossos desejos ou necessidades. É justo e necessário que se observe ou relembre que: Palavras para que possam agir, devem ser pronunciadas. Eis aí uma oportunidade: OGBÈ ÌRETÈ ou OGBÈ ALÁHÉRÉ OWÓ (ogbè-dono-da-casinha-de-dinheiro) Deve-se pilar ewé pèrègún e imí ojó pupa (enxofre vermelho), misturar com sabão da costa e lavar-se com o preparado, dizendo o ofò: Asúré p’ajé. Ada gìrìgìrì p’ajé. Oro ap’ajé má ye ohùn. Pèrègún ní í pe irúmolè l’át’òde òrun w’áyé. Pèrègún wá lo rèé pe ajé tèmi wá l’át’òde òrun. Ele-que-corre para chamar riquezas Ele que apressa furiosamente para chamar riquezas Fala, chame riquezas sem falhar É Pèrègún que chama irúnmolè do além para a terra Pèrègún, agora vá e chame minha riqueza do além. ONILÉ Onilé era a filha mais recatada e discreta deOlódùmarè. Vivia trancada em casa do pai e quase ninguém a via; quase nem se sabia de sua existência. Quando os orixás seus irmãos se reuniam no palácio do grande pai para as grandes audiências em que Olódùmarè comunicava suas decisões, Onilé fazia um buraco no chão e se escondia, pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa, com muita música e dança ao ritmo dos atabaques. Onilé não se sentia bem no meio dos outros. Um dia o grande deus mandou os seus arautos avisarem: haveria uma grande reunião no palácio e os orixás deviam comparecer ricamente vestidos, pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo e depois haveria muita comida, música e dança. Por todos os lugares os mensageiros gritaram esta ordem e todos se prepararam com esmero para o grande acontecimento. Quando chegou por fim o grande dia, cada orixá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação, cada um mais belamente vestido que o outro, pois este era o desejo de Olódùmarè. Iyamojà chegou vestida com a espuma do mar, os braços ornados de pulseiras de algas marinhas, a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas, o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola. Osòósì escolheu uma túnica de ramos macios, enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais. Osaniyn vestiu-se com um manto de folhas perfumadas. Ògún preferiu uma couraça de aço brilhante, enfeitada com tenras folhas de palmeira. Òsún escolheu cobrir-se de ouro, trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios. As roupas de Òsúmaré mostravam todas as cores, trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva. Oya escolheu para vestir-se um sibilante vento e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade. Sangó não fez por menos e cobriu-se com o trovão. Òsalà trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio. E assim por diante. Não houve quem não usasse toda a criatividade para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita. Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo. Cada orixá que chegava ao palácio de Olódùmarè provocava um clamor de admiração, que se ouvia por todas as terras existentes. Os Òrisás encantaram o mundo com suas vestes. Menos Onilé. Onilé não se preocupou em vestir-se bem. Onilé não se interessou por nada. Onilé não se mostrou para ninguém. Onilé recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão. Quando todos os Òrisás haviam chegado, Olódùmarè mandou que fossem acomodados confortavelmente, sentados em esteiras dispostas ao redor do trono. Ele disse então à assembléia que todos eram bem-vindos. Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo e que estava tão bonito que ele não saberia escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo. Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles, mas nem sabia como começar a distribuição. Então disse Olódùmarè que os próprios filhos, ao escolherem o que achavam o melhor da natureza, para com aquela riqueza se apresentar perante o pai, eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo. Então Iyamojà ficava com o mar, Òsún com o ouro e os rios. A Òsòósì deu as matas e todos os seus bichos, reservando as folhas para Òsaniyn. Deu a Oya o raio e a Sangó o trovão. Fez Ósalà dono de tudo que é branco e puro, de tudo que é o princípio, deu-lhe a criação. Destinou a Òsumaré o arco-íris e a chuva. A Ògún deu o ferro e tudo o que se faz com ele, inclusive a guerra. E assim por diante. Deu a cada òrisà um pedaço do mundo, uma parte da natureza, um governo particular. Dividiu de acordo com o gosto de cada um. E disse que a partir de então cada um seria o dono e governador daquela parte da natureza. Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade relacionada com uma daquelas partes da natureza, deveria pagar uma prenda aoòrisà que a possuísse. Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse da predileção do òrisà. Os òrísàs, que tudo ouviram em silêncio, começaram a gritar e a dançar de alegria, fazendo um grande alarido na corte. Olódùmarè pediu silêncio, ainda não havia terminado. Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições. Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra, o mundo no qual os humanos viviam e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais que deveriam ofertar aos òrísàs. Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra. Quem seria? Perguntavam-se todos? ” Onilé “, respondeu Olódùmarè. ” Onilé?” todos se espantaram. Como, se ela nem sequer viera à grande reunião? Nenhum dos presentes a vira até então. Nenhum sequer notara sua ausência. “Pois Onilé está entre nós”, disse Olódùmarè e mandou que todos olhassem no fundo da cova, onde se abrigava, vestida de terra, a discreta e recatada filha. Ali estava Onilé, em sua roupa de terra. Onilé , a que também foi chamada de Ilè, a casa, o planeta. Olódùmarè disse que cada um que habitava a Terra pagasse tributo a Onilé, pois ela era a mãe de todos, o abrigo, a casa. A humanidade não sobreviveria sem Onilé. Afinal, onde ficava cada uma das riquezas queOlódùmarè partilhara com filhos òrísàs? “Tudo está na Terra”, disse Olódùmarè. “O mar e os rios, o ferro e o ouro”, Os animais e as plantas, tudo” , continuou; até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco-íris, tudo existe porque a Terra existe, assim como as coisas criadas para controlar os homens e os outros seres vivos que habitam o planeta, como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte. Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé, foi a sentença final de Olódùmarè. Onilé, òrisà da Terra, receberia mais presentes que os outros, pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos, pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem. Onilé, também chamada Aiyé, a Terra, deveria ser propiciada sempre, para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído. Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olódùmarè. Todos os òrisàs aclamaram Onilé. Todos os humanos propiciaram a mãe Terra. E então Olódùmarè retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta de seus filhos òrisàs

Nenhum comentário:

Postar um comentário