terça-feira, 20 de setembro de 2011

"Eu somos nós"

É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança. Quando a aldeia está presente, uma falha não importuna o todo. Um dos Pais pode morrer. Um amigo pode mudar. Um irmão pode sair. Um primo adoecer. Mas o resto da aldeia está lá. E a criança recoloca a sua emoção. Esgrima-se de uma falha. E não encontra em cada golpe, uma parede frente a uma espada. Quando olha em redor dos sabres e floretes da vida, encontra uma aldeia inteira a lutar consigo. Sente o esforço e avalia a tarefa, e compreende, que afinal. Nenhuma luta é difícil de travar.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Onilé a Primeira Divindade da Terra.


Os antigos povos que deram origem aos atuais iorubás ou nagôs, de cujas tradições se moldaram o candomblé no Brasil, cultuavam uma entidade da Terra, a Terra-Mãe, que recebeu muitas denominações em diferentes aldeias e cidades que formam o complexo cultural iorubá e seus entornos principais, entre os quais os jejes mahis e daomeanos e os tapas ou nupes e os ibos. Esta antiga divindade é até hoje cultuada e recebe o nome de Onilé, a Dona da Terra, a Senhora do planeta em que vivemos. Outros nomes da Terra-Mãe são: Aiê, Ilé, Ialé, também Ije, Ale, Ala, Aná, Ogerê, e mesmo Buku e Buruku. Entre os jejes do Maranhão e da Bahia é chamada Aisã. Creio que grande parte dos seguidores do candomblé nunca ouviu falar ou teve apenas vagas referências sobre Onilé, mas em certos candomblés de nação Keto, que preservam ou reconstituem tradições que em grande parte se perderam na diáspora iorubana, pratica-se um culto discreto, mas significativo a Terra-Mãe, para a qual se canta, ou no início do Sirê ou no final da chamada roda de Sòngo, a cantiga que diz “Mojubá, orisá/ ibá, orisá/ ibá Onilé”, que pode ser traduzido como “Eu saúdo o orisá/ Saúdo Onilé/ Salve a Senhora da Terra”. Onilé é uma divindade feminina relacionada aos aspectos essenciais da natureza, e originalmente exercia seu patronato sobre tudo que se relaciona à apropriação da natureza pelo homem, o que inclui a agricultura, a caça e a pesca e a própria fertilidade. Com as transformações da sociedade iorubá numa sociedade patriarcal ou patrilinear, que implicou a constituição de linhagens e clãs familiares fundados e chefiados por antepassados masculinos, as mulheres perderam o antigo poder que tiveram numa primeira etapa (um mito relata que, numa disputa entre Oyá e Ogum, os homens teriam arrebatado o poder que era antes de domínio das mulheres). Os antepassados divinizados tomaram o lugar das divindades primordiais e houve uma redivisão de trabalho entre os orisás. As divindades femininas antigas tiveram então seu culto reorganizado em torno de entidades femininas genéricas, as Yiá Mi Osorongá, consideradas bruxas maléficas pelo fato de representarem sempre um perigo para os poderios masculinos, e vários orisás tiveram dividido entre si as atribuições de zelar pela Terra, agora dividida em diferentes governos: o subsolo ficou para Omulu-Obaluaye e para Ogum, o solo para orisá-Oko e Ogum, a vegetação e a caça para os Odes e Osonyin e assim por diante. A fertilidade das mulheres foi o atributo que restou às divindades femininas, já que é a mulher que pari que reproduz e dá continuidade à vida. Constituir-se-iam elas então em orisás dos rios, representando a própria água, que fertiliza a terra e permite a vida: são as Yiagbás Yemonjá, Òsun, Obá, Oyá, Yewá e outras e também Nanã, que como antiga divindade da terra, representa a lama do fundo do rio, simbolizando a fertilização da terra pela água. Onilé teve seu culto preservado na África, mas perdendo muitas das antigas atribuições. Hoje ela representa nossa ligação elemental com o planeta em que vivemos, nossa origem primal. É a base de sustentação da vida, é o nosso mundo material. Embora sua importância seja crucial do ponto de vista da concepção religiosa de universo, os devotos a ela poucos recorrem, pois seu culto não trata de aspectos particulares do mundo e da vida cotidiana, preferindo cada um dirigir-se aos orisás que cuidam desses aspectos específicos. No Brasil, como aconteceu com outros orisás, seu culto quase desapareceu. Certamente um fator que contribuiu para o esquecimento de Onilé no Brasil é o fato de que este orisá não se manifesta através do transe ritual, não incorpora, não dança. Outros orisás importantes na África e que também não se manifestam no corpo de iniciados foram igualmente menos considerado neste País que, por influência do Kardecismo, atribui um valor muito especial ao transe. Foi o que aconteceu com Orunmilá, Oduwduwa, Orisá-Oko, Ajalá, além da Yiá Mi Osorongá. É interessante lembrar que o culto de Osonyin sofreu no Brasil grande mudança, passando o orisá das folhas a se manifestar no transe, o que o livrou certamente do esquecimento. O culto da árvore Iroko também se preservou entre nós, ainda que raramente, quando ganhou filhos e se manifestou em transe, sorte que não teve Apaoká. Na Nigéria mantém-se viva a idéia de que Onilé é à base de toda a vida, tanto que, quando se faz um juramento, jura-se por Onilé. Nessas ocasiões, é ainda costume pôr na boca alguns grãos de terra, às vezes dissolvida na água que se bebe para selar a jura, para lembrar que tudo começa com Onilé, a Terra-Mãe, tanto na vida como na morte. Um mito que já tive o prazer de contar em outras ocasiões ensina qual são a atribuição principal de Onilé, como ela está associada ao chão que pisamos e sobre o qual vivemos nós e todos os seres vivos que formam o nosso habitat, nosso mundo material.
Assim conta o mito: Onilé era a filha mais recatada e discreta de Olodumare. Vivia trancada em casa do pai e quase ninguém a via. Quase nem se sabia de sua existência. Quando os orisás seus irmãos se reuniam no palácio do grande pai para as grandes audiências em que Olodumare comunicava suas decisões, Onilé fazia um buraco no chão e se escondia, pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa, com muita música e dança ao ritmo dos atabaques. Onilé não se sentia bem no meio dos outros. Um dia o grande deus mandou os seus arautos avisarem: haveria uma grande reunião no palácio e os orisás deviam comparecer ricamente vestidos, pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo e depois haveria muita comida, música e dança. Por todos os lugares os mensageiros gritaram esta ordem e todos se prepararam com esmero para o grande acontecimento. Quando chegou por fim o grande dia, cada orisá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação, cada um mais belamente vestido que o outro, pois este era o desejo de Olodumare. Yemonjá chegou vestida com a espuma do mar, os braços ornados de pulseiras de algas marinhas, a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas, o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola. Osòósi escolheu uma túnica de ramos macios, enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais. Osonyin vestiu-se com um manto de folhas perfumadas. Ogum preferiu uma couraça de aço brilhante, enfeitada com tenras folhas de palmeira. Òsun escolheu cobrir-se de ouro, trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios. As roupas de Osumarè mostravam todas as cores, trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva. Oyá escolheu para vestir-se um sibilante vento e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade. Sòngo não fez por menos e cobriu-se com o trovão. Óòsàálá trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio. E assim por diante. Não houve quem não usasse toda a criatividade para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita. Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo. Cada orisá que chegava ao palácio de Olodumare provocava um clamor de admiração, que se ouvia por todas as terras existentes. Os orisás encantaram o mundo com suas vestes. Menos Onilé. Onilé não se preocupou em vestir-se bem. Onilé não se interessou por nada. Onilé não se mostrou para ninguém. Onilé recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão. Quando todos os orisás haviam chegado, Olodumare mandou que fossem acomodados confortavelmente, sentados em esteiras dispostas ao redor do trono. Ele disse então à assembléia que todos eram bem-vindos. Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo e que estava tão bonito que ele não saberia escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo. Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles, mas nem sabia como começar a distribuição. Então disse Olodumare que os próprios filhos, ao escolherem o que achavam o melhor da natureza, para com aquela riqueza se apresentar perante o pai, eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo. Então Yemonjá ficava com o mar, Òsun com o ouro e os rios. A Osòósi com as matas e todos os seus bichos, reservando as folhas para Osonyin. Deu a Oyá o raio e a Sòngo o trovão. Fez Óòsàálá dono de tudo que é branco e puro, de tudo que é o princípio, deu-lhe a criação. Destinou a Osumarè o arco-íris e a chuva. A Ogum deu o ferro e tudo o que se faz com ele, inclusive a guerra.

E assim por diante. Deu a cada orisá um pedaço do mundo, uma parte da natureza, um governo particular. Dividiu de acordo com o gosto de cada um. E disse que a partir de então cada um seria o dono e governador daquela parte da natureza. Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade relacionada com uma daquelas partes da natureza, deveria pagar uma prenda ao orisá que a possuísse. Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse da predileção do orisá. Os orisás, que tudo ouviram em silêncio, começaram a gritar e a dançar de alegria, fazendo um grande alarido na corte. Olodumare pediu silêncio, ainda não havia terminado. Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições. Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra, o mundo no qual os humanos viviam e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais que deveriam ofertar aos orisás. Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra. Quem seria? Perguntavam-se todos? “Onilé”, respondeu Olodumare. “Onilé?” todos se espantaram. Como, se ela nem sequer viera à grande reunião? Nenhum dos presentes a vira até então. Nenhum sequer notara sua ausência. “Pois Onilé está entre nós”, disse Olodumare e mandou que todos olhassem no fundo da cova, onde se abrigava vestida de terra, a discreta e recatada filha. Ali estava Onilé, em sua roupa de terra. Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a casa, o planeta. Olodumare disse que cada um que habitava a Terra pagasse tributo a Onilé, pois ela era a mãe de todos, o abrigo, a casa. A humanidade não sobreviveria sem Onilé. Afinal, onde ficava cada uma das riquezas que Olodumare partilhara com filhos orisás? “Tudo está na Terra”, disse Olodumare. “O mar e os rios, o ferro e o ouro, Os animais e as plantas, tudo”, continuou. “Até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco-íris, tudo existe porque a Terra existe, assim como as coisas criadas para controlar os homens e os outros seres vivos que habitam o planeta, como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte”. Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé, foi à sentença final de Olodumare. Onilé, orisá da Terra, receberia mais presentes que os outros, pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos, pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem. Onilé, também chamada Aiê, a Terra, deveria ser propiciada sempre, para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído. Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olodumare. Todos os orisás aclamaram Onilé. Todos os humanos propiciaram a mãe Terra.

E então Olodumare retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta de seus filhos orisás1. E assim este mito, de modo didático e com muita beleza, situa o papel de Onilé no panteão dos deuses iorubás. Como é estrutural nos mitos, o tempo da narrativa não é histórico, dando a impressão que os cultos dos diferentes orisás foram instituídos a um só tempo, num só ato do supremo deus. A narrativa enfatiza, contudo, a concepção básica da religião dos orisás, isto é, que cada orisá é um aspecto da natureza, uma dimensão particular do mundo em que vivemos. Eles são o próprio mundo, com suas forças, elementos, energias e propriedades, mundo que tem por base Onilé, a Terra, o planeta que habitamos o nosso lar no universo.

Mito de Onilé.



Na África iorubá, Onilé ocupa lugar central no culto da sociedade masculina secreta Ogboni. A escultura em bronze aqui mostrada, provavelmente do século XVIII, é originária dessa sociedade tem os olhos em semicírculos, que tudo observam em silêncio, e as mãos fechadas e alinhadas, uma sobre a outra, na altura do umbigo, num gesto que simboliza o conhecimento ancestral, conforme os símbolos Ogboni, sociedade que, até o século XIX, cuidava da justiça, julgava criminosos e feiticeiros e executava os condenados à morte.

Louvar Onilé é celebrar as origens. Por isso, quando aparecem junto aos humanos, os antepassados egungun saúdam Onilé, lembrando-nos que ela é anterior a tudo o mais, mesmo às linhagens mais antigas da humanidade.

Onilé é assentada num montículo de terra vermelha, que representa o coração da Terra, podendo também ser montado com terra de cupinzeiro, que é trazida de dentro do solo pelos insetos trabalhadores, e que é vermelha. Dentro do montículo fixa-se uma quartinha com água, pois não há vida na terra desprovida de água. A quartinha dentro da terra simboliza que a água vem de dentro da Terra e que é assim a primeira dádiva de Onilé. A água que jorra do solo forma os regatos, rios, lagos e o próprio mar, de onde sobe para as nuvens e se precipita em chuva, voltando ao solo e subsolo, num ciclo permanente de propiciação da vida. O assentamento é coberto com moedas ou búzios, que entre os antigos iorubanos era dinheiro, representando toda a riqueza e prosperidade que está na Terra, que dela extraímos e na qual vivemos. Vermelho e marrom, cores da terra, são as cores apropriadas para colares de contas que homenageiam Onilé. Na África, os sacrifícios feitos a Onilé incluem caracóis, aves fêmeas e tartarugas No Brasil a legislação pune como crime inafiançável o sacrifício de animais ameaçados de extinção e assim a tartaruga é substituída pela cabra. Aliás, matar um animal em extinção seria uma ofensa imperdoável a Onilé, que é a própria natureza, a grande mãe da ecologia.

Além desses animais, dá-se para Onilé tudo o que a terra produz e que o homem transforma: obis, orobôs e todas as demais frutas, inhame e outros tubérculos, feijões, milho, favas, mel, dendê, sal, vinho e tudo mais que vem da terra pela mão do homem.

Cultuada discretamente em terreiros antigos da Bahia e em candomblés africanizados, a Mãe Terra tem despertado recentemente curiosidade e interesse entre os seguidores dos orisás, sobretudo entre aqueles que compõem os seguimentos mais intelectualizados da religião. Onilé, isto é, a Terra, tem muitos inimigos que a exploram e podem destruí-la. Para muitos seguidores da religião dos orisás, interessados em recuperar a relação orisá-natureza, o culto de Onilé representaria, assim, a preocupação com a preservação da própria humanidade e de tudo que há em seu mundo. Pois é Onilé quem guarda o planeta e tudo que há sobre ele, protegendo o mundo em que vivemos e possibilitando a própria vida de tudo que vive sobre a Terra, as plantas, os bichos e a humanidade.

COMO ÈSÙ TORNOU-SE ÒSIJÈ-EBÓ


Essa história revela o nascimento do 17o. Odù, como e de onde nasceu Òsetùwá, em decorrência, veremos a analise através de como Èsù se tornou ÈSÙ ÒSIJÈ-EBÓ, o transportador e encarregado de encaminhar as oferendas entre a terra e o òrun.
Quem deveria consultar o porta-voz-principal-do-culto-de-Ifá; a nuvem esta pendurada por cima da terra...
Bábálàwó dos tempos imemoriais; Os "siris" estão no rio; a marca do dedo requer Yèréòsùn (pó sagrado de Ifá).
Estes foram os Bàbáláwo que jogaram Ifá para os quatrocentos Irúnmolè, senhores do lado direito, e jogaram Ifá para os duzentos malè, senhores do lado esquerdo. E jogaram Ifá para Òsun, que tem uma coroa toda trabalhada de contas, no dia em que ele (Òsetùwá) veio a ser o décimo sétimo dos Irúnmolè que vieram ao mundo, quando Òlódumàrè enviou os òrìsà, os dezesseis, ao mundo, para que viessem criar e estabelecer a terra.
E vieram verdadeiramente nessa época. As coisas que Òlódumàrè lhes ensinou nos espaços do òrun constituíram nos pilares de fundação que sustentam a terra para a existência de todos os seres humanos e de todos os ebora. Òlódumàrè lhes ensinou que quando alcançassem a terra, deveriam abrir uma clareira na floresta, consagrando-a de Orò, o Igbó Orò. Deveriam abrir uma clareira na floresta, consagrando-a a Eégún, o Igbó Eégún, que seria chamado Igbó Òpá. Disse que deveriam abrir uma clareira na floresta consagrando-a a Odù Ifá, o Igbó Odù, onde iriam consultar o oráculo a respeito das pessoas. Disse ele que deveriam abrir um caminho para os Òrìsà e chamar esse lugar de Igbó Òrìsà, floresta para adorar os òrìsà. Òlódumàrè lhes ensinou a maneira como deveriam resolver os problemas de fundação (assentamento) e adoração dos ojóbo (lugares de adoração) e como fariam as oferendas para que não houvesse morte prematura, nem esterilidade, nem infecundidade, que não houvesse perda, nem vida paupérrima, não houvesse nada de tudo isso sobre a terra.

Para que as doenças sem razão não lhes sobrevivessem, que nenhuma maldição caísse sobre eles, que a destruição e a desgraça não se abatessem sobre eles. Òlódumàrè ensinou aos dezesseis Òrìsà o que eles deveriam realizar para evitar todas as coisas. Ele os delegou e enviou à terra, a fim de executarem tudo isso. Quando vieram ao òde àiyé, a terra fundaram fielmente na floresta o lugar de adoração de Orò, o Igbó Orò. Fundaram na floresta o lugar de adoração de Eégún. Fundaram na floresta o lugar de adoração de Ifá que chamamos Igbódù. Também abriram um caminho para os òrìsà, que chamamos Igbóòòsa. Executaram todos esses programas visando a ordem. Se alguém estava doente, ele ia consultar Ifá ao pé de Òrúnmìlá. Se acontecia que Eégún poderia salvá-lo, dir-lho-iam. Seria conduzido ao lugar de adoração na floresta de Eégún ao Igbó-Igbàlè, para que ele fizesse uma oferenda para Egúngún. Talvez que um de seus ancestrais devesse ser invocado como Eégún, para que o adorasse, a fim de que esse Eégún o protegesse. Se havia uma mulher estéril, Ifá seria consultado, a respeito dela, a fim de que Orúnmìlà pudesse indicar-lhe a decocção de Òsun, que ela deveria tomar. Se havia alguém que estava levando uma vida de miséria, Orúnmìlà consultaria Ifá, a respeito dele. Poderia ser que Orò estivesse associado à sua própria entidade criadora. Orúnmìlà diria a essa pessoa que é a Orò que ela devia adorar. E ela seria conduzida à floresta de Orò. Eles seguiram essa prática durante muito tempo. Enquanto realizavam as diversas oferendas, eles não chamavam Òsun. Cada vez que iam a floresta de Eégún, ou à floresta de Orò, ou à floresta de Ifá, ou à floresta de Òòsà, a seu retorno, os animais que eles tinham abatido, fossem cabras, fossem carneiros, fossem ovelhas, fossem aves, entregavam-nos a Òsun para que ela os cozinhasse. Preveniram-na que quando ela acabasse de preparar os alimentos, não devia comer nenhum pouco, porque deviam ser levados aos Malè, lá onde as oferendas são feitas. Òsun começou a usar o poder das mães ancestrais - àse Iyá-mi - e a estender sobre tudo o que ela fazia esse poder de Iyá-mi-Àjé, que tornava tudo inútil. Se se predissesse a alguém que ele ou ela não fosse morrer, essa pessoa não deixava de morrer.

Se fosse proclamado que uma pessoa não sobreviveria, a pessoa sobreviveria. Se se previsse que uma pessoa daria à luz um filho, a pessoa tornava-se estéril. Um doente a quem se dissesse que ele ficaria curado não seria jamais aliviado de sua doença. Essas coisas ultrapassavam seu entendimento, porque o poder de Olódumàre jamais tinha falhado. Tudo que Olódumàre lhes havia ensinado eles o aplicava, mas nada dava resultado. Que era preciso fazer? Quando se congregaram numa reunião, Orúnmìlà sugeriu que, já que eles eram incapazes de compreender o que se estava passando por seus próprios conhecimentos, não havia outra solução senão consultar Ifá novamente. Em consequência, Orúnmìlà trouxe seu instrumento adivinhatório, depois consultou Ifá. Contemplou longamente a figura do Odù que apareceu e chamou esse Odù pelo nome de Òsetùwá. Ele olhou em todos os sentidos. A partir do resultado definitivo de sua leitura, Orúnmìlà transmitiu a resposta a todos os outros Odù-àgbà. Estavam todos reunidos e concordaram que não havia outra solução para todos eles, os ÒRÌSÀS-IRÚNMÀLÈ, senão encontrar um homem sábio e instruído que pudesse ser enviado a Olódumàre, para que mandasse a solução do problema e o tipo de trabalho que devia ser feito para o restabelecimento da ordem, a fim de que as coisas voltassem a normalizar-se, e nada mais interferisse em seus trabalhos. Ele, Orúnmìlà, deveria ir até a Olódumàrè. Orúnmìlà ergueu-se. Serviu-se de seus conhecimentos para utilizar a pimenta, serviu-se de sua sabedoria para tomar nozes de obi, despregou seu òdùn (tecido de ráfia) e o prendeu no seu ombro, puxou seu cajado do solo, um forte redemoinho o levou, e ele partiu até os vastos espaços do outro mundo para encontrar Olódumàrè.
Foi lá que Orúnmìlà reencontrou Èsù Òdàrà. Èsù já estava com Olódumàrè. Èsù fazia sua narração a Olódùmarè. Explicava que aquilo que estava estragando o trabalho deles na terra era o fato de eles não terem convidado a pessoa que constitui a décima sétima entre eles. Por essa razão, ela estragava tudo, Olódumàrè compreendeu. Assim que Orúnmìlà chegou, apresentou seus agravos a Olódumàrè. Então Olódumàrè lhe disse que deveria ir e chamar a décima sétima pessoa entre eles e levá-la a participar de todos os sacrifícios a serem oferecidos. Porque, além disso, não havia nenhum outro conhecimento que Ele lhes pudesse ensinar senão as coisas que Ele já lhes havia dito. Quando Orúnmìlà voltou à terra, reuniu todos os òrìsà e lhes transmitiu o resultado de sua viagem. Chamaram Òsun e lhe disseram que ela deveria segui-los por todos os lugares onde deveriam oferecer sacrifícios. Mesmo na floresta de Eégún. Òsun recusou-se: ela jamais iria com eles. Começaram a suplicar a Òsun e ficaram prostrados um longo tempo. Todos começaram a homenageá-la e a reverenciá-la. Òsun os maltratava e abusava deles. Ela maltratava Òrìsànlá, maltratava Ògún, maltratava Orúnmìlà, maltratava Òsányín, maltratava Orànje, ela continuava a maltratar todo mundo. Era o sétimo dia, quando Òsun se apaziguou. Então eles disseram que viesse. Ela replicou que jamais iria, disse, entretanto, que era possível fazer uma outra coisa já que todos estavam fartos dessa história. Disse que se tratava da criança que levava no seu ventre. Somente se eles soubessem como fazer para que ela desse à luz uma criança do sexo masculino, isso significaria que ela permitiria então que ele a substituísse e fosse com eles. Se ela desse à luz uma criança do sexo feminino, podiam estar certos que esta questão não se apagaria em sua mente. Ficariam aí, pedaços, pedaços, pedaços. E eles deveriam saber com certeza que esta terra pereceria; deveriam criar uma nova. Mas se ela desse a luz a um filho-homem, isso queria dizer que, evidentemente, o próprio Olórun os tinha ajudado. Assim apelou-se para Òrìsànlá e para todos os outros òrìsà para saber o que deveriam fazer para que a criança fosse do sexo masculino. Disseram que não havia outra solução a não ser que todos utilizassem o poder - àse - que Olódumàrè tinha dado a cada um deles; cada dia repetidamente deveriam vir, para que a criança nascesse do sexo masculino, Todos os dias iam colocar seu àse - seu poder - sobre a cabeça de Òsun, dizendo o que segue. "Você Òsun ! Homem ele deverá nascer, a criança que você traz em si!" Todos respondiam "assim seja", dizendo "TÓ!" acima de sua cabeça...

Assim fizeram todos os dias, até que chegou o dia do parto de Òsun. Ela lavou a criança. Disseram que ela deveria permitir-lhes vê-la. Ela respondeu "não antes de nove dias". Quando chegou o nono dia, ela os convocou a todos. Esse era o dia da cerimônia do nome, da qual se originaram todas as cerimônias de dar o nome. Mostrou-lhes a criança, e a pôs nas mãos de Òrìsà. Quando Òrìsànlá olhou atentamente a criança e viu que era um menino, gritou: "Músò"...! (hurra...!). Todos os outros repetiram "Músò"...! Cada um carregou a criança, depois o abençoaram. Disseram "somos gratos por esta criança ser um menino". Disseram "que tipo de nome lhe daremos". Òrìsà disse: "vocês todos sabem muito bem que cada dia abençoamos sua mãe com nosso poder para que ela pudesse dar à luz uma criança do sexo masculino, e essa criança deveria justamente chamar-se À-S-E-T-Ù-W-Á (o poder trouxe ela a nós)" Disseram: "acaso você não sabe que foi o poder do àse, que colocamos nela, que forçou essa criança a vir ao mundo, mesmo se antes ela não queria vir à terra sob a forma de uma criança do sexo masculino? Foi nosso poder que a trouxe à terra". Eis por que chamaram a criança de ÀSETÙWÀ. Quando chegou o tempo, Orúnmìlà consultou o oráculo Ifá acerca da criança, porque todos devem conhecer sua origem e destino, colheram o instrumento de Ifá para consultá-lo. Eles o manipularam e o adoraram. Era chegado o momento de consultar Ifá a respeito dele, para saberem qual era seu Odù, para que o pudessem iniciar no culto de Ifá. Levaram-no à floresta de Ifá, que chamamos Igbódù, onde Ifá revelaria que Òsè e Òtùá eram seu Odù. Este foi o resultado que ele deu a respeito da criança. Orúnmìlà disse: "a criança que Òsè e Òtùá fizeram nascer, que antes chamamos de Àsetùwá", disse, "chamemo-la de Òsètùá". Foi por isso que chamaram a criança com o nome do Odù de Ifá que lhe deu nascimento, Òsètùá. Àsetùá era o nome que ele trazia anteriormente. Assim, a criança participou do grupo dos outros Odù, ao ponto de ir com eles a todos os lugares onde se faziam oferendas na terra. Foi assim que todas as coisas que Olódùmàrè lhes tinha ensinado deixaram de ser corrompidas. Cada vez que proclamavam que as pessoas não morreriam, elas realmente sobreviviam e não morriam. Se diziam que as pessoas seriam ricas, elas tornavam-se realmente ricas. Se diziam que a mulher estéril conceberia, ela realmente dava à luz. A própria Òsun deu a essa criança um nome nesse dia. Disse ela: "Osó a gerou (significando que a criança era filho do poder mágico), porque ela mesma era uma ajé e a criança que ela gerou é um filho homem. Disse ela: "Akin Osò", (Akin Osò: poderoso mago; homem bravo dotado de um grande poder sobrenatural) eis o que a criança será!
É por isso que eles chamaram Òsetùá de Akin Osò, entre todos os Odù Ifá e entre os dezesseis òrìsà mais anciãos. Depois eles disseram que em qualquer lugar onde os maiores se reunissem, seria compulsório que a criança fosse um deles. Se não pudessem encontrar o décimo sétimo membro, não poderiam chegar a nenhuma decisão, e se dessem um conselho, não poderiam ratifica-lo. Finalmente, aconteceu! Sobreveio uma seca na terra. Tudo estava seco! Não havia nem orvalho! Fazia três anos que tinha chovido pela última vez. O mundo entrou em decadência. Foi então que eles voltaram a consultar Ifá, Ifà àjàlàiyé. (aquele que administra a terra)

Quando Orúnmìlà consultou Ifá àjàlàiyé, disse que deveriam fazer uma oferenda, um sacrifício, e preparar a oferenda de maneira que chegasse a Olódùmàrè, para que Olódùmàrè pudesse ter piedade da terra, e assim não virasse as costas à terra e se ocupasse dela para eles. Porque Olódùmàrè não se ocupava mais da terra. Se isso continuasse, a destruição era inevitável, era iminente. Somente se pudessem fazer a oferenda, Olódumàrè teria sempre misericórdia deles. Ele se lembraria deles e zelaria pelo mundo. Foi assim que prepararam a oferenda. Eles colocaram, uma cabra, uma ovelha, um cachorro e uma galinha, um pombo, uma preá, um peixe, um ser humano e um touro selvagem, um pássaro da floresta, um pássaro da savana, um animal doméstico. Todas essas oferendas, e ainda dezesseis pequenas quartinhas cheias de azeite de dendê que eles juntaram nesse dia. E ovos de galinha, e dezesseis pedaços de pano branco puro. Prepararam as oferendas apropriadas usando folhas de Ifá, que toda oferenda deve conter. Fizeram um grande carrego com todas as coisas. Disseram então, que o próprio Èjì-Ogbè deveria levar essa oferenda a Olódumàrè. Ele levou a oferenda até as portas do òrun, mas não, lhe foram abertas. Èjì-Ogbè voltou à terra. No segundo dia Òyèkú-Méji a carregou, ele voltou. Não lhe abriram as portas. Ìwòrí-Méji levou a oferenda, assim fizeram Òdi-Méji; Ìrosùn-Méji; Òwórin-Méji; Òbàrà-Méji; Òkànràn-Méji; Ogúndá-Méji; Òsá-Méji; Ìká-Méji; Òtúrúpòn-Méji; Òtúá-Méji; Ìrètè-Méji; Òsè-Méji; Òfún-Méji.


Mas não puderam passar Olórun não abria as portas. Assim decidiram que o décimo sétimo entre eles deveria ir e experimentar o seu poder, antes que tivessem que reconhecer que não tinham mais nenhum poder. Foi assim que Òsetùá foi visitar certos Babaláwo, para que eles consultassem o oráculo para ele. Esses Babaláwo traziam os nomes de Vendedor-de-azeite-de-dendê e Comprador-de-azeite-de-dendê. Ambos esfregaram seus dedos com pedaços de cabaça. Jogaram Ifá para Akin Osò, o filho de Enìnàre (aquela que foi colocada na senda do bem) no dia em que ele conseguiu levar a oferenda ao poderoso òrun. Disseram que ele deveria fazer uma oferenda; disseram, quando ele acabasse de fazer a oferenda, disseram, no lugar a respeito do qual ele estava consultando Ifá, disseram, ali, ele seria coberto de honras, disseram, sucederá que a posição que ele ali alcançasse, disseram, essa posição seria para sempre e não desapareceria jamais. Disseram, as honras que ele ali receberia, disseram, o respeito, seriam intermináveis. Disseram: "Você verá uma anciã no seu caminho", disseram, "faça-lhe o bem". Assim, quando Òsetùá acabou de preparar a oferenda, seis pombos, seis galinhas com seis centavos e quando estava em seu caminho, ele encontrou uma anciã. Ele carregava a oferenda no caminho que levaria a Èsù, quando encontrou essa anciã na sua rota. Essa anciã era da época em que a existência se originou. Disse: "Akin Osò! à casa de quem vai você hoje ?" Disse: "eu ouvi rumores a respeito de todos vocês na casa de Olófin, que os dezesseis Odù mais idosos levaram uma oferenda ao poderoso òrun sem sucesso".
Disse: "assim seja".
Disse: "é sua vez hoje?''
Disse: "é minha vez".
Disse: "tomou alimentos hoje?"

Respondeu ele: "eu tomei alimentos".
Disse ela "quando você chegar a seu sitio, diga-lhes que você não irá hoje".
Disse ela: "Esses seis centavos que você me deu", Disse: "há três dias não tinha dinheiro para comprar comida"
Disse: "diga-lhes que você não ira hoje".
Disse: "quando chegar amanhã, você não deve comer, você não deve beber antes de chegar ali".
Disse: "você deve levar a oferenda". Disse: "todos esses que ali foram, comeram da comida da terra, essa é a razão por que Olórun não lhes abriu a porta!"
Quando Òsetùá voltou a casa de Oba Àjàlàiyè, todos os Odù Ifá estavam reunidos lá. Disseram: "você deve estar pronto agora, é sua vez hoje de levar a oferenda ao òrun, talvez a porta seja aberta para você!" Disse ele que estaria pronto no dia seguinte, porque não tinha sido avisado na véspera. Quando chegou o dia seguinte, Òsetùá, foi encontrar Èsù e lhe perguntou o que deveria fazer. Èsù respondeu: "Como! Jamais pensei que você viria me avisar antes de partir". Disse ele: "isso vai acabar hoje, eles lhe abrirão a porta !" Perguntou ele: "Tomou algum alimento?" Òsetùá lhe respondeu que uma anciã lhe tinha dito na véspera que ele não devia comer absolutamente nada. Então Òsetùá e Èsù puseram-se a caminho. Partiram em direção aos portões do òrun. Quando chegaram lá, as portas já se encontravam abertas, encontraram as portas abertas. Quando levaram a oferenda a Olódùmarè e Ele examinou. Olòdumarè disse: "Haaa! Você viu qual foi o último dia que choveu na terra?! Eu me pergunto se o mundo não foi completamente destruído. Que pode ser encontrado lá?" Òsetùá não podia abrir a boca para dizer qualquer coisa. Olódùmarè lhe deu alguns "feixes" de chuva. Reuniu, como outrora, as coisas de valor do òrun, todas as coisas necessárias para a sobrevivência do mundo, e deu-lhas. Disse que ele, Òsetùá, deveria retornar. Quando deixaram a morada de Olódumarè, eis que Òsetùá perdeu um dos "feixes" de chuva. Então a chuva começou a cair sobre a terra. Choveu, choveu, choveu, choveu... Quando Òsetùá voltou ao mundo, em primeiro lugar foi ver Quiabo. Quiabo tinha produzido vinte sementes. Quiabo que não tinha nem duas folhas, um outro não tinha mesmo nenhuma folha em seus ramos. Voltou-se em direção à casa do Quiabo escarlate, Ilá Ìròkò tinha produzido trinta sementes. Quando chegou a casa de Yáyáá, esse havia produzido cinquenta sementes. Foi então até à casa da palmeira de folhas exuberantes, que se encontrava na margem do rio Awónrin Mogún. A palmeira tinha dado nascimento a dezesseis rebentos.

Depois que a palmeira deu nascimento a dezesseis rebentos ele voltou à casa de Oba Àjàlàiyé. Àse se expandia e se estendia sobre a terra. Sêmen convertia-se em filhos, homens em seu leito de sofrimento se levantavam, e todo o mundo tornou-se aprazível, tornou-se poderoso. As novas colheitas eram trazidas dos plantios. O inhame brotava, o milho amadurecia, a chuva continuava a cair, todos os rios transbordavam, todo mundo era feliz. Quando Òsetùá chegou, carregaram-no para montar num cavalo (signo de realeza: só os mais poderosos podem-se permitir a criar ou montar cavalos em País Yorùbá). Estavam mesmo a ponto de levantar o cavalo do chão para mostrar até que ponto as pessoas estavam ricas e felizes. Estavam de tal forma contentes com ele, que o cobriram de presentes, os que estavam em sua direita os que estavam em sua esquerda. Começaram a saudar Òsetùá: "Você é o único que conseguiu levar a oferenda ao òrun, a oferenda que você levou ao outro mundo era poderosa! Disseram, "sem hesitação, rápido, aceite meu dinheiro e ajude-me a transportar minha oferenda ao òrun! Òsetùá! Aceite rápido! Òsetùá aceite minha oferenda!" Todos os presentes que Òsetùá recebeu, os deu todos a Èsù Òdàrà. Quando os deu a Èsù, Èsù disse: "Como!" Há tanto tempo ele entregava os sacrifícios, e não houve ninguém para retribuir-lhe a gentileza. "Você Òsetùá! Todos os sacrifícios que eles fizerem sobre a terra, se não os entregarem primeiro a você, para que você possa trazer a mim, farei que as oferendas não sejam mais aceitáveis".
Eis a razão pela qual sempre que os Babaláwo fazem sacrifícios, qualquer que seja o Odù Ifá que apareça e qualquer que seja a questão, devem invocar Òsetùá para que envie as oferendas a Èsù. Porque é só de sua mão que Èsù aceitará as oferendas para levá-las ao òrun.
Porque quando Èsù mesmo recebia os sacrifícios das pessoas da terra e os entregava no lugar onde as oferendas são aceitas, eles não demonstravam nenhum reconhecimento pelo que ele fazia por todos até o dia em que Òsetùá teve de carregar o sacrifício e Èsù foi abrir o caminho apropriado para o òrun, para alcançar a morada de Olódumàrè. Quando se abriram as portas para ele. A qualidade de gentileza que Èsù recebeu de Òsetùá era realmente muito valiosa para ele (Èsù).

Então ele e Òsetùá decidiram combinar um acordo pelo qual todas as oferendas que deveriam ser feitas deveriam ser-lhe enviadas por intermédio de Òsetùá. Foi assim que Òsetùá converteu-se no entregador de oferendas para Èsù. Èsù Òdàrà, foi assim que ele se converteu em O portador de oferendas para Olódumàrè, Èsù Òsijé-Ebó, no poderoso òrun. É assim como este Itan (verso) Ifá explica, a respeito de ÈSÙ E ÒSETÙÁ.

POR QUE ESU É O PRIMEIRO?


Para que os seres humanos possam viver bem neste mundo, é preciso estar bem com os deuses. Por isso os homens propiciam os orixás, oferecendo-lhes um pouco de tudo o que produzem e que é essencial à vida. As oferendas dos homens aos orixás devem ser transportadas até o mundo dos deuses, o Orum. O orixá Exu tem esse encargo de transportador. Também é preciso saber se os orixás estão satisfeitos com a atenção a eles dispensada pelos seus descendentes, os seres humanos. Exu propicia essa comunicação, traz suas mensagens, é o mensageiro. É fundamental para a sobrevivência dos mortais receber as determinações e os conselhos que os orixás enviam do Aiê.


Exu é o portador das orientações e ordens, é o porta-voz dos deuses e entre os deuses. Exu faz a ponte entre este mundo e o mundo dos orixás, especialmente nas consultas oraculares. Como os orixás interferem em tudo o que ocorre neste mundo, incluindo o cotidiano dos viventes e os fenômenos da própria natureza, nada acontece sem o trabalho de intermediário do mensageiro e transportador Exu. Nada se faz sem ele, nenhuma mudança, nem mesmo uma repetição. Sua presença está consignada até mesmo no primeiro ato da Criação: sem Exu, nada é possível. O poder de Exu, portanto, é incomensurável.


O sacrifício é o meio através do qual os humanos se dirigem aos orixás, e o sacrifício significa a reafirmação dos laços de lealdade, solidariedade e retribuição entre os habitantes do Aiê e os habitantes do Orum. Sempre que um orixá é interpelado, Exu também o é, pois a interpelação de todos se faz através dele. É preciso que ele receba a oferenda, sem a qual a comunicação não se realiza. A relação homem-orixá tem como fundamento à materialidade do sacrifício, a concretude da oferenda. Isso é uma definição religiosa, um ponto de partida essencial na concepção africana do sagrado. A própria possibilidade de o homem professar a sua religião de orixás — seja na África, no Brasil, ou noutro lugar — depende, pois, do trabalho de Exu.
Como mensageiro dos deuses, Exu tudo sabe; não há segredos para ele, tudo ele ouve e tudo ele transmite. E pode quase tudo, pois conhece todas as receitas, todas as fórmulas, todas as magias. Exu trabalha para todos, não faz distinção entre aqueles a quem deve prestar serviço por imposição de seu cargo, o que inclui todas as divindades, mais os antepassados e os humanos. Exu não pode ter preferência por esse ou aquele. Mas talvez o que o distingue de todos os outros deuses é seu caráter de transformador: Exu é aquele que tem o poder de quebrar a tradição, pôr as regras em questão, romper a norma e promover a mudança. Não é, pois, de se estranhar que seja temido e considerado perigoso, posto que se trata daquele que é o próprio princípio do movimento, que tudo transforma, que não respeita limites. Assim, tudo o que contraria as normas sociais que regulam o cotidiano passa a ser atributo seu. Exu carrega qualificações morais e intelectuais próprias do responsável pela manutenção e funcionamento do status quo, inclusive representando o princípio da continuidade garantida pela sexualidade e reprodução humana, mas ao mesmo tempo ele é o inovador que fere as tradições, um ente, portanto nada confiável, que se imagina, por conseguinte, ser dotado de caráter instável, duvidoso, interesseiro, turbulento e arrivista.

Para um iorubá ou outro africano tradicional, nada é mais importante do que ter uma prole numerosa, e para garanti-la é preciso ter muitas esposas e uma vida sexual regular e profícua. É preciso gerar muitos filhos, de modo que, nessas culturas antigas, o sexo tem um sentido social que envolve a própria idéia de garantia da sobrevivência coletiva e perpetuação das linhagens, clãs e cidades. Exu é o patrono da cópula, que gera filhos e garante a continuidade do povo e a eternidade do homem. Nenhum homem ou mulher pode se sentir realizado e feliz sem uma numerosa prole, e a atividade sexual é decisiva para isso. É da relação íntima com a reprodução e a sexualidade, tão explicitadas pelos símbolos fálicos que o representam, que decorre a construção mítica do gênio libidinoso, lascivo, carnal e desregrado de Exu-Elegbara.


Isso tudo contribuiu enormemente para modelar sua imagem estereotipada de orixá difícil e perigoso, que os cristãos, erroneamente, reconheceram como demoníaca. Quando a religião dos orixás veio a ser praticada no Brasil do século XIX por negros que eram também católicos, todo o sistema cristão de pensar o mundo em termos do bem e do mal deu um novo formato à religião africana, no qual Exu veio a desempenhar outro papel. A visão “cristã” dos orixás confundiu Oxalá com Jesus, Iemanjá com Nossa Senhora, e outros santos católico com os demais orixás. Para completar o panteão afro-católico, sobrou para Exu ser confundido com o Diabo. Foi, portanto, o sincretismo católico que deu a Exu a identidade de um demônio. Mas essa identidade destorcida sempre foi católica, cristã, sincrética. Não tem nada de africano.



Pensam os que se acostumaram a ver os orixás numa perspectiva cristã (imposta pelo catolicismo e hoje reforçada pelo evangelismo) que Exu deve ser homenageado em primeiro lugar para não provocar confusão, para não bagunçar a cerimônia, como se ele fosse um simples e oportunista arruaceiro. É uma visão bem simplista e demasiadamente falsa. Ora, Exu é antes de tudo movimento e nada pode acontecer sem ele, nem mesmo em pensamento, sem movimento. Nada pode, portanto, se dar sem a interferência de Exu. Por isso ele é sempre o primeiro a ser homenageado: é preciso permitir o movimento para que o evento, seja ele qual for, se realize, seja para o bem ou para o mal. Esse movimento não é dotado de moralidade, nem poderia ser, pois se assim fosse o mundo ficaria paralisado. A vida é um pulsar permanente, e em cada passo, em cada avanço ou retrocesso, em cada mudança, enfim, Exu está presente. Tudo começa por ele; por isso ele será sempre o primeiro.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

EU


Sou filha do caminho, do tempo, do vento, traço o caminho da forma que vier, da estrada sou amiga, da noite companheira, da água tiro proveito, curo as feridas, cresço na vida, no ar sou livre as vezes solta, muitas vezes louca.
sou assim não quero que me entendam. Vivo, rio, incomodo. Porque?, simplesmente rio de tudo até quando quero chorar!!!, rio até do mal que assola os dias, rir é bom, viver é ótimo, sonhar um delírio, conquistar é pra quem simplesmente quer e faz.
Eu faço não tudo o que quero, pos se fosse o contrario as vitorias nada seriam.
Incomodo as vezes é bom, conquisto não com a rapidez dele, mas dele sou filha, nele confio, nele me apoio.
Pois na trilha da vida Esú anda comigo de maõs dadas.


Não sou preto, branco ou vermelho, tenho as cores e formas que quiser.
Não sou diabo nem santo, sou Esú!. Mando e desmando,traço e risco. Faço e desfaço. Estou e não vou. tiro e dou. Passo e cruzo,traço , misturo arrasto o Pé.
Sou reboliço e alegria, jogo e faço fé. sou nuvem,vento e poeira.

SE EU PUDESSE........
Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeita, relaxaria mais.
Seria mais tola ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas levaria a sério.
Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas ,nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos café, teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida, claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos.
Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o AGORA.
Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bôlsa de água quente, um guarda chuva e um pára-quedas; se voltasse a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria mais com mais crianças,nunca diria não a mim mesma em prol de outros.......................
Quando me olho no espelho e procuro quem fui...sorrio àquela que sou...
Me alegro do caminho andado, assumo minhas contradições. Sinto que devo saudar a jovem que fui com carinho mas deixa-la de lado porque agora me atrapalha; seu mundo de ilusões e fantasias, já não me interessa.
É bom viver sem tantas obrigações. Que bom não sentir um desassossego permanente causado por correr atrás de tantos sonhos.
Eu não sei se me tornei invisível para o mundo, pode ser....porém nunca fui tão consciente de minha existência como agora, nunca me senti tão protagonista da minha vida e nunca desfrutei tanto cada minuto da minha existência!



Não tenho tempo para desfraldar outra bandeira que não seja a da compreensão, do encontro e do entendimento entre as pessoas...

NOSSA COMO EU APRENDI!!!
Eu aprendi que entre a política e a técnica existe uma distância enorme, mas nem por isso elas devem estar desarmonizadas.

Eu aprendi que numa casa política é importante ver com os olhos de águia, porque é pela força do pensamento e da astúcia nos negócios que se consegue alçar vôos mais altos.

Eu aprendi que no mundo dos negócios é necessário astúcia e desprendimento, por isso não deve os negócios estar separados da justiça social.

Eu aprendi a reconhecer que todos são importantes no contexto de uma organização, embora muita das vezes isso não seja percebido.

Eu aprendi que o que é bom numa organização pode não ser bom em outra, nem por isso você deixa de ser um profissional.

Eu aprendi que não importa a idade para se aprender.

Eu aprendi que a união faz a força e a amizade e compreensão faz a diferença.

Eu aprendi que meus porquês são parecidos ou iguais aos dos outros e devem ser entendidos.

Eu aprendi que a crítica é importante para o aperfeiçoamento, mas deve ser feita nas horas oportunas para que ela não se torne destruidora.

Eu aprendi que cada ambiente é reflexo das pessoas que nele estão.

Eu aprendi que é necessário refletir e emanar paz e amor para o ambiente que você vive.

Eu aprendi que o amigo não é aquele que passa a mão em sua cabeça, mas aquele que ergue a sua cabeça.

Eu aprendi a andar em círculos para garantir a estratégia do avanço.

Eu aprendi a conhecer os porquês da organização para compreender os porquês de cada um que dela faz parte.

Eu aprendi que no trabalho não é necessário ser apenas profissional, é preciso saber ser profissional.

Eu aprendi que tudo o que parece não é mera coincidência.

Eu aprendi que nas horas difíceis os olhos ficam cegos, é preciso então, enxergar com o coração.

Eu aprendi que os pensamentos passam, os planos se tornam ultrapassados, mas as lembranças boas e marcantes tornam a vida agradável de sentir, de se viver.

Eu aprendi que um ano é apenas um tempo, um período, uma data, umas horas, uns minutos, uns segundos.

Eu aprendi.....

]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]

O KE EU APRENDI????
O Que Eu Aprendi...



Aprendi que, por pior que seja um problema ou uma situação, sempre existe uma saída.



Aprendi que é bobagem fugir das dificuldades. Mais cedo ou mais tarde, será preciso tirar as pedras do caminho para conseguir avançar.



Aprendi que perdemos tempo nos preocupando com fatos que muitas vezes só existem na nossa mente.



Aprendi que é necessário um dia de chuva para dar valor ao sol. Mas se ficar exposto muito tempo, o sol queima.



Aprendi que heróis não são aqueles que realizaram obras notáveis. Mas os que fizeram o que foi necessário e assumiram as conseqüências dos seus atos.



Aprendi que não vale a pena se tornar indiferente ao mundo e às pessoas. Vale menos a pena, ainda, fazer coisas para conquistar migalhas de atenção.

"Nenhuma mulher é linear quando tocada pela faísca da loucura. E, no meu caso particular, a loucura, além de morar ao lado, usa freqüentemente meu telefone"(...)

" Quem sou eu ???


" Quem sou eu ??? Sou a fuga para alguns, a coragem para outros. Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das nossas raízes. Sou o cântico que chama ao convívio nossos orixás . Sou o aperê dos iyawos, a ocara do Bugre, a encruzilhada do Exú, o jardim dos erês, a consulta com Ifá e o céu dos Orixás. Sou o dengué dos iyawos, a reza do roncó, o charuto do Caboclo e do Exú; o cigarro da Pomba-Gira e o doce do erê. Sou a gargalhada da Padilha, o requebro da Cigana, a seriedade do Tranca-Rua. Sou o sorriso e a meiguice de Osùn; a traquilidade de Yemonjá ,a garra de Ogun, a justiça de Sango e a sabedoria de Osàla. Sou o fluído que se desprende das mãos do abian trazendo a paz. Sou o isolamento dos iyawos aonde nascem os Orisas. Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores. Sou livre. Não tenho papas. Sou determinada e forte. Minhas forças? Elas estão no homem que sofre e que clama por piedade, por amor, por caridade. Minhas forças estão nas entidades espirituais que me utilizam para seu crescimento. Estão nos elementos. Na água, na terra, no fogo e no ar; no adjá que ressoa,nos atabaques, no rhum dos orixás. Estão finalmente na tua crença, na tua Fé, que é o elemento mais importante no meu Asé. Minhas forças estão em ti, no teu interior, lá no fundo, na última partícula da tua mente, onde te ligas ao Criador. Quem sou? Sou a humildade, mas cresço quando combatida. Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura. Sou o mistério, o segredo, sou o amor e a esperança.

O grupo de Odus


O grupo de Odus localizado no ponto cardeal Opon-Ifa chamado Ese-Opon é encontrada no quadrante sul do Opon e lidar com o elemento terra e as coisas encarnado e material: saúde, dinheiro, carreira, sensualidade, trabalho, casa, carros , manutenção, roupas - nada observáveis por outras pessoas, em oposição a tudo o que está acontecendo dentro de nós mesmos.

O Ese-Opon é o lugar do dia-a-dia eventos como eles se manifestam na vida do indivíduo. Além disso, este quadrante representa o fluxo de energia na vida de alguém. Este é o reino onde a energia potencial se transforma em energia cinética, marcando a descida do espírito na matéria. Os pés representam a Ese-Opon em termos da anatomia humana, e ainda indicar o corpo físico eo processo biológico de fertilização e gestação. É dentro deste quadrante que a semente é semeada no solo fértil da Terra. É também o reino do renascimento e reencarnação e é representado pelo sagrado Odu Odi.

Idealmente, nós não teríamos um Odu favorito. Se pudéssemos, teríamos se relacionam com cada Odu com energia igual, porque todos eles são igualmente importantes. Todos os Odus tem valor. No entanto, qualquer pessoa que lhe diz que eles se relacionam com cada Odu com energia igual provavelmente mentiras sobre outras coisas também. Estamos nesta terra para trabalhar com nossos desequilíbrios. Se já tínhamos que "juntos", o que estaríamos fazendo aqui? Estamos aqui porque os seres humanos por si só, de todas as criações Olodumare, pode melhorar, e estamos aqui para melhorar. Uma das formas pelas quais fazemos melhorias é através da aprendizagem a mais adequada, as melhores respostas para o que o universo nos oferece. E a maneira em que atingir esse ponto de desenvolvimento está a ficar-nos em equilíbrio.

O desafio do Odi Meji Odus, Meji Òkànràn, Meji Oturupon e Meji Òfún com a dignidade elemental da Terra é sempre lembrar que, qualquer que seja o corpo, há uma alma. Se é um pássaro ou uma flor ou uma pedra, não há energia divina dentro. O desafio não é ser pego no externals das coisas.

Os Odus Ese-Opon são os Odus através do qual podemos apreciar o que temos vindo a dar. É fácil se acostumar com bênçãos e levá-los para concedido, e é fácil de fixar nas coisas que estão erradas. É tão fácil de escolher, escolher, pegar as coisas que não estão certas e aceitar sem reconhecimento das coisas mais importantes. Qualquer um que lê este artigo tem a promessa de acordar de manhã, abrindo os olhos e ver - que é uma bênção. Quantas vezes nós nos alegramos com o milagre da nossa vida diária?
O outro aspecto desses Odus que os tornam tão preciosa é que eles nos trazem a oportunidade de estar de serviço. Podemos tomar esses corpos de nossa, esses cérebros dos nossos, estas mãos de nosso com polegares opositores, estas bocas dos nossos que têm o dom da fala, e nossa imaginação e sonhos e criatividade, e nós podemos fazer alguma coisa com eles que outros benefícios pessoas. Assim, a segunda parte da maneira de espírito para o Odus agrupados no ponto cardeal do chamado Opon-Ifa Ese-Opon é o serviço.

No entanto, agora devemos voltar nossa atenção para os obstáculos e desafios desses Odus.

Os obstáculos para o crescimento espiritual inerente a este grupo de Odus é que podemos crescer ganancioso e egoísta, que pode ser pego em superficialidade e forma. Quantos relacionamentos fracassados, porque o que é amado é o corpo em vez da alma? F. Scott Fitzgerald retrata a miséria ea tragédia que deve seguir quando amamos apenas a forma material do outro.

É impressionante a reconhecer como muitas pessoas bem fora de seus adolescentes continuam a escolher o companheiro que vai impressionar os outros. O homem idoso que quer beleza jovem no braço, o que transforma cada cabeça e fá-lo "a inveja de todos os homens no local." A beleza jovem que escolhe o cavalheiro de envelhecimento, não por sua sabedoria ou bondade, mas para seu Mercedes novo e os presentes caros que ele chuveiros em cima dela. A criança pequena, uma vergonha para sua mãe porque ela gagueja ou manca, que é deixado sozinho com sua solidão. É a melhor oportunidade de trabalho sempre aquele que paga mais? É o melhor companheiro a pessoa que pode dar ao luxo de viajar conosco no estilo a que estamos acostumados?


Vamos ver como ambos os sentidos; serviço, e obstáculo para manifestar o espírito na Odus agrupados no ponto cardeal do chamado Opon-Ifa Ese-Opon.

Odi é um Odu que completa os primeiros quatro Odus princípio, o quarto componente que, quando se juntou com seus antecessores, forma um todo. Como tal, este é um sinal de conclusão, uma energia que conclui um ciclo e inaugura a semente para a manifestação. Este Odu liga o padrão de energia potencial e se torna a sua via de manifestação. Odi é um Odu que define um espaço ou de fala da necessidade de fazê-lo. Pressão interna ou dificuldade pode ser indicada e, dependendo da orientação do Odu, estes desafios podem levar a fins produtivos ou improdutivos.

Em "Ibi" Odi é uma energia de restrição que pode ter a "água pisando" individual, em vez de avançar. Energia é embrulhado em tentar evitar uma situação de deterioração, ao invés de ativamente melhorando sua condição. Odi representa os obstáculos que impedem o progresso e pode ser uma placa marcando uma estrada que chegou a um ponto de impasse crítico. O ciclo é incapaz de atingir o seu fim natural e bruxas em um estado de suspensão. O útero não vai liberar a criança. O chão não vai liberar a semente. Algo está impedindo a emergência. Restrição liga todas as energias ativa.

Òkànràn dá ao indivíduo a chance de ir além dos encargos em sua vida e ambiente. A tensão eo stress são transformados e um peso é levantado a partir de uma ombros. A sensação de peso facilita após um longo período tentando. Este Odu incentiva a pessoa a ter a coragem para continuar a despeito dos potencialmente esmagadora. Para ter sucesso, é preciso continuar. Nada se ganha por desistir. Posição firme em sua identidade e enfrentar aqueles que tentam intimidar. Paixão deve ser atenuado com frieza.Este Odu fornece uma dose potente de justiça. e destrói mentiras. Òkànràn sugerem humildade e respeito como um caminho de boa sorte.

Quando Òkànràn está em um estado de "Ibi", você pode estar se recusando a ver a verdade que está sendo apresentado, assim, mentir para si mesmo. Esta negação leva a uma convolução de energias que traz desequilíbrio, stress e possivelmente perigo ainda. O estresse ganha impulso e cria rajadas errático de raiva. Eventualmente, o calor gerado por essa metafísica estado de atrito interno faz com que o organismo entre em colapso.

Energia Oturupon de concede-lhe a capacidade de suportar todas as dificuldades da vida e lutas. Ao contrário de outros Odus que pode sinalizar uma compensação ou alívio de tais lutas. Oturupon habilita-o a permanecer firme nos momentos difíceis. É uma energia que traz estabilidade e segurança e protege o solo que foi adquirida. Este Odu exige que uma pessoa enfrentar seus desafios diretamente e é o antídoto para a tendência Osa para fugir. Oturupon carrega a lembrança de que a coragem é a única via para o sucesso na atual situação. As formas dos Ancestrais não devem apenas ser aprendido e respeitado, mas também praticada e integrados em um só dia de alfândega. É através da referida integração, que se encontra o cumprimento não só, mas de aterramento também. Movimento pró-ativo é encorajado sobre as respostas empurrão de joelho estimulada a partir de uma condição reativa.

Quando este Odu vem em "Ibi", indica que você não é capaz de manter seu espaço e pode ser afetada pela falta de força e coragem.A queda livre começa onde o medo gera mais medo até que são consumidos por esta infecção. O que você procura para manter suprimido é corromper a sua integridade estrutural ou a situação na mão. Reatividade forças-lo longe de seu centro e põe em risco a estabilidade. Oturupon alerta para os riscos envolvidos em tornar-se complacentes como firmeza torna-se uma perigosa falta de preocupação.

Òfún marca o fim da estrada que serpenteia através dos dezesseis Oju Odu, começando com Ogbe e terminando com este Odu.Como o término, é um símbolo de boa execução e fechamento. Ao contrário de Odi que marca a conclusão levando ao nascimento e novos começos, Òfún sinaliza a conclusão do ciclo em si. Òfún representa um estado de plenitude onde todas as peças foram devolvidas ao seu estado original unificada.
Esta unificação é resultado da sabedoria que só pode ser adquirida através do processo de vida e maturidade, uma sabedoria que resulta em uma síntese de energias em um fluxo em que o equilíbrio do estado é possível. O símbolo físico da Odu-se sugerir o equilíbrio de luz e escuridão, contração e expansão de entrada e de saída. É através deste estado de equilíbrio que dá Òfún sua generosidade sobre o indivíduo ou a sua situação. Você capacidade de reconhecer os extremos da vida como pólos de um mesmo espectro reflete diretamente sua capacidade de receber as bênçãos deste Odu. Com a conclusão de cada ciclo vem as bênçãos que são obtidos a partir da viagem. As sementes descoberto em Ogbe, plantadas em Iwori e nascidos em Odi têm vindo a fruição plena em Òfún. Grande abundância é indicado, uma prosperidade que afeta todos os níveis de existência.

Quando Òfún vem em um estado de "Ibi", o seu está indicando que você é incapaz ou não quer dar, uma falha em reconhecer a necessidade de dar e receber, a fim de manter o equilíbrio. Você tem separado de sua sabedoria espiritual e deve recuperar essa conectividade, a fim de função. Obsessão material tem extinta a chama do espírito. Não importa quantas riquezas que você possui, dinheiro sem espiritualidade torna-se uma fonte de servidão, em vez de libertação. Você se torna um escravo do que você cobiçam.Por fim, a natureza contrária Òfún podem muitas vezes indicar que uma falta de maturidade é a fonte de seus problemas.

♫BENÇÃO YORUBÁ♫


♫“QUE A ÁGUA SEJA REFRESCANTE,
QUE A CASA SEJA HOSPITALEIRA,
QUE O MENSAGEIRO CONDUZA EM PAZ
NOSSA PALAVRA”♫

A GAZELA E O LEÃO


"Todos os dias, quando o sol desponta nas savanas africanas, a gazela sabe que tem que correr mais do que o leão ou morrerá em suas garras e será devorada. Todos os dias raiar do sol nas savanas africanas o leão sabe que tem que correr mais do que a gazela para apanhá-la ou morrerá de fome. Todos os dias, ao amanhecer, não importa se você é gazela ou leão: comece a correr!"

Sawabona


Sawabona
Cumprimento usado na África do Sul, quer dizer:
"Eu te respeito, eu te valorizo, você é importante para mim"!
Em resposta, as pessoas dizem Shikoba, que significa :
"Então eu existo para você"!

PRA TI


Quando passares diante de uma casa e vires uma jarra de água à frente da porta,
é para ti, estrangeiro que passas;
Não é preciso bateres à porta,
bebe se tiveres sede e segue o teu caminho se não houver ninguém.
O estrangeiro que passa pode ser a representação ou o avatar de um deus
que vem para saber de que maneira será tratado.

Tradição oral africana

DANÇAS


Nas danças africanas, o corpo é o principal instrumento de expressão, segundo a sabedoria ancestral, é através dele que se manifestam as energias do cosmo e da natureza que se está invocando.

Cada parte do corpo movimenta-se com um ritmo diferente. Os pés seguem a base musical, acompanhados pelos braços que equilibram o balanço dos pés. O corpo pode ser comparado a uma orquestra que, tocando vários instrumentos, harmoniza-os numa única sinfonia de sentidos. Nas danças africanas o contato contínuo dos pés nus com a terra é fundamental para absorver as energias que levam ao encontro com a divindade.
A dança nas sociedades tribais africanas até hoje representa uma força de expressão em todo tipo de festividade, ritual ou cerimônia.

Em sua maioria, todos os homens, mulheres e crianças participam da dança, batem palmas ou formam círculos em torno dos bailarinos. Todos os acontecimento da vida africana são comemorados com dança, nascimento, morte, plantio ou colheita; ela é aparte mais importante das festas realizadas para agradecer aos deuses,uma colheita farta.

As danças africanas variam muito de região para região, mas a maioria delas tem certas características em comum. Os participantes geralmente dançam em filas ou em círculos, raramente dançam sós ou em par. As danças chegam a apresentar algumas vezes até seis ritmos ao mesmo tempo e seus dançarinos podem usar máscaras ou enfeitar-se.


Existem várias danças. Entre elas destacam-se: lundu, batuque, Ijexá, capoeira, coco, congadas e jongo.

“A tradição africana vive da palavra"


“A tradição africana vive da palavra. São as palavras cantadas que ensinam, são as palavras contadas que criam os valores e motivam para o trabalho, para a luta ou para a festa; são palavras vivas na boca dos velhos contadores de histórias, recriando o mundo à medida da imaginação e da arte. Uma herança viva da ancestralidade”.

Através das histórias se conserva a sabedoria e o conhecimento através de gerações. A narração oral da história foi aspecto essencial para que se conservasse a tradição dos mitos e das lendas das culturas tribais e nativas.
Os contadores de história criam um vínculo, uma ponte entre os ensinamentos tradicionais e o momento presente, mantendo a herança da identidade que serve de suporte para as tradições culturais, étnicas e religiosas.

Há muito tempo na África, todas as comunidades e culturas tribais tinham seus contadores de histórias - homens, tradicionalmente; mas havia também mulheres. Os requisitos principais para ser um contador de histórias era dedicar-se a conhecer as histórias de sua comunidade, dos seus ancestrais, da mitologia, da cosmologia e, naturalmente, ter dons espirituais e de oratória aceito pelos Anciões.

Todo contador de história na África não só tem que tornar o ato de contar histórias um hábito de diversão, mas também, através delas, ensinar as crianças e os jovens a aplicar os ensinamentos dessas histórias em sua própria vida e a perpetuar as tradições da oralidade.

ANCESTRAL


Acredito que com o passar do tempo tem havido uma maior conscientização, bem como divulgação das reais funções do Culto Ancestral, tanto que muitos já concluíram que sem a presença de nossa Ancestralidade não somos nada, não teríamos vivido, na verdade o que realmente existe e a necessidade de colocarmos a Ancestralidade no local aonde ela merece, em um patamar digno, sem falsos dogmas ou misticismos, para que a mesma deixe de ser temida, ou até mesmo de ser algumas vezes motivo de falácia, e seja sim, respeitada, viva e presente.
Acredito ser importante para a compreensão do tema aqui proposto, que num primeiro momento se defina o que venha a ser Ori:
Considerando enquanto divindade pessoal, Ori é de fato a divindade mais importante do panteão, dado que, seja qual for o empenho de outras divindades em favorecer determinada pessoa, todo e qualquer progresso dependerá sempre do que for sancionado por Ori. Todos nasceram com um destino para realizar, entretanto isso não significa que sejamos meros joguetes nas mãos de forças inteiramente deterministas.
O homem tem poder de tomar em suas mãos as rédeas do curso da própria existência e participar de modo responsável de seu desenrolar, através da busca da ampliação da consciência e dos conhecimentos e através do desenvolvimento disciplinado da vontade.
As realizações fundamentais da existência dependem não apenas de inclinações naturais ou da sorte, mas também de esforços pessoais que, aliados à força do destino promovem o desenvolvimento e constroem o homem forte, rico em saúde, genitor de prole numerosa e possuidor de respeitáveis recursos materiais (prospero), ou seja, um homem respeitado e estimado por todos benévolos, participante, responsável pela construção de seu grupo comunitário.
Tendo-se compreendido preliminarmente o que segundo a visão Tradicional Africana, venha a ser este ùnico Òrìsà individual, se faz necessário frisar que segundo o que cremos, este Ori é definido antes mesmo do próprio nascimento, ou seja, no momento exato da criação. E em última análise podemos compreender que é ele o responsável por nossa existência no Aiye. A função vital, que interage junto ao Orí é o Emí, permitindo que este se perpetue, uma vez que o mesmo está associado ao nosso duplo no Òrun ( egbé ), sendo assim, independente de que ciclo o Emí esteja associado, o mesmo circula entre o Òrun e o Ayé, criando um movimento e assim a possibili

dade de movimentação concreta dessa energia. Assim sendo, de acordo com nossas ações no Ayé, podemos assumir a condição de um ancestral venerável, tendo participação concreta nas escolhas e caminhos de nossos descendentes.Acredito que com o passar do tempo tem havido uma maior conscientização, bem como divulgação das reais funções do Culto Ancestral, tanto que muitos já concluíram que sem a presença de nossa Ancestralidade não somos nada, não teríamos vivido, na verdade o que realmente existe e a necessidade de colocarmos a Ancestralidade no local aonde ela merece, em um patamar digno, sem falsos dogmas ou misticismos, para que a mesma deixe de ser temida, ou até mesmo de ser algumas vezes motivo de falácia, e seja sim, respeitada, viva e presente.
Acredito ser importante para a compreensão do tema aqui proposto, que num primeiro momento se defina o que venha a ser Ori:
Considerando enquanto divindade pessoal, Ori é de fato a divindade mais importante do panteão, dado que, seja qual for o empenho de outras divindades em favorecer determinada pessoa, todo e qualquer progresso dependerá sempre do que for sancionado por Ori. Todos nasceram com um destino para realizar, entretanto isso não significa que sejamos meros joguetes nas mãos de forças inteiramente deterministas.
O homem tem poder de tomar em suas mãos as rédeas do curso da própria existência e participar de modo responsável de seu desenrolar, através da busca da ampliação da consciência e dos conhecimentos e através do desenvolvimento disciplinado da vontade.
As realizações fundamentais da existência dependem não apenas de inclinações naturais ou da sorte, mas também de esforços pessoais que, aliados à força do destino promovem o desenvolvimento e constroem o homem forte, rico em saúde, genitor de prole numerosa e possuidor de respeitáveis recursos materiais (prospero), ou seja, um homem respeitado e estimado por todos benévolos, participante, responsável pela construção de seu grupo comunitário.

Tendo-se compreendido preliminarmente o que segundo a visão Tradicional Africana, venha a ser este ùnico Òrìsà individual, se faz necessário frisar que segundo o que cremos, este Ori é definido antes mesmo do próprio nascimento, ou seja, no momento exato da criação. E em última análise podemos compreender que é ele o responsável por nossa existência no Aiye. A função vital, que interage junto ao Orí é o Emí, permitindo que este se perpetue, uma vez que o mesmo está associado ao nosso duplo no Òrun ( egbé ), sendo assim, independente de que ciclo o Emí esteja associado, o mesmo circula entre o Òrun e o Ayé, criando um movimento e assim a possibilidade de movimentação concreta dessa energia. Assim sendo, de acordo com nossas ações no Ayé, podemos assumir a condição de um ancestral venerável, tendo participação concreta nas escolhas e caminhos de nossos descendentes.

Se você tem sua própria ancestralidade e, portanto raiz, por que cultua somente a dos outros? Não seria esta a hora de avaliar melhor a questão?
O que vem a ser a Ancestralidade e por que a devemos Cultuar?

A Ancestralidade é algo concreto, e ao cultuarmos a mesma, abrimos um leque de possibilidades e um constante ciclo de renovações de nossas energias, uma vez que a manifestação energética do culto se encontra em constante movimento. É Raiz, portanto caminho. Ela nos traz a realização pessoal e o sucesso! Nada se pode fazer sem a Ancestralidade, pois sendo raiz é ela quem sustenta toda a arvore. Então sem Ancestralidade, sem RAIZ! Todos têm Ancestrais a louvar. Vamos agora definir o que sejam os Ancestrais, são todos aqueles que um dia possuíram sua energia vital no Aiye, e que repassa esta sua energia à sua descendência, garantindo assim a perpetuação da mesma. Ao Cultuarmos Bàbá Egún, reforçamos nossa crença na reencarnação, e através desse fenômeno evocamos a sua presença uma vez que dentro da essência desse culto cremos que todos, a principio sempre voltarão ao Ayé, pois nosso Emí é imortal. Por mais poderosa que seja Ikú(ojegbe-alaso-ona), a mesma não destrói o homem, mas age apenas como um agente de transformação e renovação dos ciclos entre o Òrun e o Ayé. Podemos concluir que, enquanto existir o homem, tempo e o desejo, haverá o Culto a Babá Egún.
Todos têm pai. Temos mãe. Temos avô. Temos avó. E assim por diante. Então por certo TEMOS Ancestralidade! Compreendido isso, podemos facilmente deduzir então que não só podemos como devemos cultuar nossos Ancestrais. Uma vez que somos o resultado da soma de saberes de nossos Antepassados, destes herdamos o inconsciente coletivo e com ele as informações legadas nele, e é por esta determinante maior, que os devemos louvar.